Comerciantes de MG estão mais otimistas com vendas de inverno neste ano

As temperaturas mais baixas neste ano e o reforço do Dia dos Namorados estão ajudando a aumentar a confiança dos comerciantes do Estado neste inverno, informou o diretor da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) e presidente do Sindicato do Comércio Lojista de Belo Horizonte (Sindilojas), Salvador Ohana.
A pesquisa Expectativa de Vendas Inverno 2025, realizada pelo Núcleo de Pesquisa & Inteligência da Fecomércio MG, divulgada nesta terça-feira (3), atesta o otimismo da categoria, já que mostra que 69,8% dos empresários do comércio varejista de tecidos, cama, mesa e banho, calçados e artigos de viagem de Minas Gerais esperam vender mais nesta estação na comparação com igual período do ano anterior.
O levantamento mostra também que, para 19,5% dos empreendedores entrevistados, as vendas serão iguais às do inverno de 2024 e, para 8,4%, serão piores. A avaliação de 55,8% dos empresários é de que o tíquete médio das vendas fique entre R$ 100 e R$ 300.
Ohana observa que a percepção de temperaturas caindo mais cedo foi verificada na pesquisa, conforme 66,3% dos entrevistados, seguida pela avaliação de inverno rigoroso, com 34,2% das respostas. Ele acrescenta que há o impacto do consumo represado do inverno do ano passado, já que em 2024 os termômetros não ajudaram na comercialização.
“No ano passado, praticamente não teve frio. Neste ano, como as temperaturas já estão mais baixas, as vendas automaticamente já estão melhores. O comércio está vendendo antes de liquidar. São itens de inverno sendo vendidos no inverno”, observa. O dirigente acrescenta que as vendas voltadas para a coleção de inverno contam com o reforço das datas comemorativas, como Dia dos Namorados e Dia dos Pais.
Peças de frio estão com preços relativamente menores
A economista da Fecomércio MG, Gabriela Martins, destaca a adaptação do comércio varejista de tecidos, cama, mesa e banho, calçados e artigos de viagem no decorrer dos anos para o período caracterizado pelo inverno.
“As empresas estão se adaptando muito bem para as novas realidades do clima. Hoje, os empresários conseguem investir melhor em estoques que condizem com a realidade climática mais instável que, cada vez mais, está se tornando mais imprevisível ou, popularmente falando, “menos frio”. Desta forma, é possível que os comerciantes ajustem suas coleções para garantir maiores vendas e, consequentemente, maiores lucros”, analisa.
Além disso, ela acrescenta que as peças de frio estão ficando com preços relativamente menores do que os observados antigamente, o que permite ao empresário maior variedade de produtos e de preços.
E os comerciantes já estão preparados, já que no período de realização da pesquisa, entre 19 e 30 de maio, a maioria das lojas, 95,3%, já tinha recebido todas as encomendas. E 2,9% informaram que não estavam preparadas e 1,7% delas não realizaram os pedidos.
Perspectiva positiva, com alta de 10% a 40% nas vendas
Ainda segundo a pesquisa, 70,1% das empresas ouvidas pela Fecomércio MG, projeta um impacto positivo nas vendas, com variação entre 10,1% e 40%. Em cenário de impacto negativo, 37,9% das empresas preveem desaceleração de vendas de até 10%.
Conforme a entidade, no total, 78% das empresas que participaram do levantamento informam que são positivamente impactadas pela temporada de frio e 5,1% apontam impacto negativo. As vendas das regiões Sul e Zona da Mata são as mais estimuladas pela estação, respectivamente, 90,5% e 88,1%.
O período de maior movimento esperado para vendas de produtos de inverno é a primeira quinzena de junho, indicado por 54,7% das empresas. O cartão de crédito parcelado deverá ser a forma de pagamento que sobressairá no período de frio, com 64% da preferência. O Pix aparece como a segunda opção mais relevante, com 14% das indicações, seguido por crediário/carnê com 10,5%.
Em relação aos preços dos fornecedores, 56,1% das empresas que participaram do levantamento relatam que os preços estão mais altos neste ano, enquanto 36,6% consideram que os preços permaneceram iguais. O número de itens solicitados aos fornecedores este ano foi igual para 44,2% das empresas, maior para 32%, e menor para 19,8% em comparação com o ano anterior.
Ouça a rádio de Minas