Economia

Comerciantes de Minas Gerais estão otimistas com as festas juninas

Dentre os entrevistados na pesquisa da Fecomércio-MG, 64,1% acreditam que serão positivamente impactados pelas festividades
Comerciantes de Minas Gerais estão otimistas com as festas juninas
Foto: Reprodução Adobe Stock

A maioria (64,1%) das empresas do comércio varejista que atuam no ramo de produtos alimentícios em Minas Gerais será afetada positivamente pelo período de festas juninas. É o que mostra a Pesquisa Expectativa de Vendas Festas Juninas 2025, que indica, também, que 43% dos comerciantes entrevistados esperam vendas melhores que no mesmo período do ano passado.

O levantamento feito pelo Núcleo de Pesquisa & Inteligência da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG), aponta que a expressividade da data e o clima de otimismo para o período são os principais motivos para essa expectativa quanto às vendas, mencionados, respectivamente, por 38,7% e 33,9% dos respondentes.

Outros fatores que também colaboram para essa estimativa positiva são: o aquecimento do comércio (7,1%), as ações promocionais (6,5%), o clima/tempo (4,2%) e os novos produtos (3%).

Festas juninas beneficiam turismo e varejo de produtos alimentícios

A economista da Fecomércio-MG, Gabriela Martins, destaca que as festas juninas, como os dias de São João (24) e São Pedro (29), são um período importante para o varejo de produtos alimentícios no Estado.

“Essas festas promovem não apenas as tradições culturais mineiras, mas também fortalecem o turismo e impulsionam as vendas do comércio e do setor de serviços. Os impactos esperados pelos empresários este ano reforçam ainda mais a importância do período para a economia regional”, explica.

A especialista também ressalta os bons resultados no mercado de trabalho, que também têm impactado positivamente na perspectiva dos empresários para o período. “Maior disponibilidade de renda e melhor expectativa com o próprio trabalho também fazem com que as pessoas fiquem menos cautelosas para o consumo”, diz.

Dentre as empresas que participaram do estudo, 64,4% já realizaram investimentos em produtos específicos para a data, contra apenas 24,8% que afirmam que não irão investir. Outros 8,5% não realizaram esses investimentos, mas pretendem fazer nos próximos dias.

Os produtos que serão as grandes apostas dos comerciantes no período serão a canjica e o amendoim, com 67% e 65% dos respondentes, respectivamente.

Os principais produtos típicos das festas juninas:

  • Canjica (67%);
  • Amendoim (65%);
  • Pipoca (44,7%);
  • Milho (39,6%);
  • Farofa (28,4%);
  • Carnes (26,9%);
  • Doces (25,9%).

Para o período das festas juninas deste ano, o Pix é a forma de pagamento que deverá se sobressair, sendo a preferência apontada por 32,5% dos entrevistados. Em seguida aparecem: cartão de crédito, à vista (23,8%); cartão de débito, à vista (20,4%); cartão de crédito, parcelado (14%); dinheiro (8,7%).

Quanto ao tíquete médio, 25,7% avaliam que o valor deverá ficar entre R$ 50,01 e R$ 70,00; seguido de R$ 70,01 a R$ 100,00 (23,4%) e de R$ 30,01 a R$ 50,00 (21,2%). De acordo com o estudo, esta distribuição sugere que a maior parte dos gastos individuais tende a ser em valores mais moderados durante as celebrações juninas.

Gabriela Martins explica que o segmento de varejo alimentício é o principal beneficiado diretamente pela época de festas juninas. No entanto, ela acrescenta que todos os segmentos do varejo, assim como todos os demais setores, como o de serviços, também podem ser impactados positivamente pelo período, de forma indireta.

“Quando um setor do comércio ganha de maneira expressiva, todos os outros setores, não só do comércio, mas também de serviços, acabam ganhando de maneira indireta ou até mesmo de maneira direta”, explica.

Juros elevados e endividamento preocupam alguns comerciantes

Para 34,5% dos empresários, eles serão impactados pelas festividades e apenas 1,5% acreditam que poderão ser prejudicados. Já 47,4% dos respondentes esperam registrar o mesmo volume de vendas que no período de festa junina do ano passado, contra 9,3% que estimam resultados piores para este ano.

A crise econômica foi o principal motivo para essa expectativa mais pessimista quanto ao período. Outros motivos citados pelos comerciantes foram: queda nas vendas (18,9%); valores altos dos produtos (13,5%) e o fato de os consumidores estarem mais cautelosos (10,8%).

A economista da Fecomércio-MG chama atenção para o atual cenário de juros elevados, que encarecem o crédito, e dificultam o consumo, principalmente de bens duráveis. Além disso, tem a questão do endividamento das famílias, que permanece em um patamar elevado.

“Uma família que está endividada ou que percebe que o crédito está muito caro acaba optando por não consumir. Isso pode gerar um impacto negativo para o comércio”, esclarece.

No entanto, ela também pontua que os fatores positivos, como o mercado de trabalho aquecido e a maior disponibilidade de renda têm apresentado efeitos mais expressivos que os negativos.

“Esses fatores estão gerando um impacto tão positivo para o consumo, que, por mais que tenhamos esses percalços, nós estamos conseguindo ter resultados positivos e também boas expectativas”, afirma.

Ações de divulgação para as vendas no período de festas juninas

festa junina
Foto: Reprodução Adobe Stock

Mais da metade (57,7%) dos comerciantes entrevistados afirmam que realizarão divulgações durante o período de festas juninas, contra 41,9% que disseram que não irão fazer esse tipo de ação. O WhatsApp (74,2%) e o Instagram (73,5%) são as formas de divulgação mais citadas entre os respondentes, seguidas pelo Facebook (14,8%) e pela rádio (11%).

A campanha boca a boca (3,2%), os engenhos de divulgação e influencers (empatados com 1,9%) e o carro de som (0,6%) complementam as ações de marketing que deverão ser adotadas durante as festividades.

Apesar de as redes sociais estarem entre os grandes destaques quanto à divulgação, apenas 43,6% dos empresários irão realizar vendas on-line, contra 56,4% que optaram por não utilizar o meio digital.

Dentre aqueles que irão comercializar pela internet, 68,8% adotarão o WhatsApp, 13,8% o Instagram e 10,1% citaram aplicativos de entrega. Outros destaques são: site próprio (6,5%) e o Facebook (0,7%).

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