Comércio de Belo Horizonte pretende contratar mais neste fim de ano

Os empresários do comércio de Belo Horizonte continuam otimistas em relação ao desempenho de suas próprias empresas e devem manter o mercado de trabalho aquecido neste fim de ano de 2024.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) mostrou que 70,9% dos empresários do comércio de Belo Horizonte pretendem aumentar o quadro de funcionários ainda em 2024.
Entre as empresas de maior porte (com mais de 50 empregados), 73,3% têm a intenção de aumentar o número de funcionários. Em setembro o ICEC chegou a 106,3 pontos, sendo o segundo maior do ano, só perdendo para o mês de abril, quando atingiu 106,7 pontos. Os dados são da Pesquisa & Inteligência da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC).
O levantamento indica que a confiança se mantém em alta em função das boas expectativas para a economia do País, para o comércio e com os empresários contando com a própria empresa para sustentar a intenção de aumentar as contratações.
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Além disso, fatores como a presença de datas comemorativas também devem colaborar com o aumento das vendas no setor varejista no período, implicando na demanda por mais pessoas para atuar no segmento.
Datas comemorativas do fim de ano ajudam comércio
De acordo com a economista da Fecomércio MG, Fernanda Gonçalves, com o mercado de trabalho aquecido neste segundo semestre, em conjunto com a presença de datas comemorativas, como por exemplo, Dia das Crianças, Black Friday e Natal, mais clientes são atraídos para os setores de comércio e serviço.
“Além disso, podemos citar também a maior disponibilidade de renda entre as famílias, principalmente devido ao 13º salário, elevando as vendas e criando um ambiente mais favorável para os empresários do setor”, projetou.
Empresas com mais de 50 empregados e o segmento de semiduráveis despontam como os mais confiantes, com pontuação respectiva de 113,1 e 110,3 pontos. As empresas com menos de 50 funcionários e os segmentos de não duráveis e duráveis, também passaram dos 100 pontos com o menor índice de confiança registrado por duráveis, aos 101,0 pontos.
“Boa parte das expectativas positivas estão atreladas ao super trimestre e, por sua vez, atreladas ao mercado de trabalho aquecido em conjunto com a presença de datas comemorativas e a maior disponibilidade de renda nesse segundo semestre, gerando no empresário maior expectativa no aumento das vendas”, avaliou a economista.
Conheça alguns dados das condições atuais da economia, do comércio e das empresas em Belo Horizonte, segundo levantamento:
- Para a maioria dos empresários do comércio, a condição atual da economia piorou muito (30,9%).
- Esse percentual é maior para os empresários de empresas de menor porte, com menos de 50 funcionários (36,4%).
- Para 59,7% dos empresários do comércio em Belo Horizonte, houve piora nas condições atuais para o setor. As empresas que comercializam bens duráveis são as que mais perceberam piora.
- Em relação às condições atuais da empresa, 46,6% afirmaram que houve piora.
- Entre os empresários com até 50 empregados, 46,7% perceberam piora das condições do estabelecimento, o que ocorre para 37,5% dos empresários com quadro de funcionários com mais de 50 empregados.
Para Fernanda, embora haja uma percepção de deterioração nas condições econômicas e setoriais atuais, os empresários do comércio continuam a exibir otimismo em relação ao desempenho de suas próprias empresas. “As elevadas taxas de juros (10,75% ao ano) e o aumento nos custos de insumos, energia e logística, são aspectos que afetam negativamente o comércio neste momento”, enumerou.
Por outro lado, na comparação com agosto, os empresários do comércio estão mais otimistas quanto à situação econômica futura do Brasil. No mês de setembro, 64,0% preveem melhora para o cenário econômico, 3,0 pontos percentuais superior ao observado em agosto.
Os empresários também estão mais confiantes na melhora para o setor, na comparação com o mês passado. No mês de setembro, 73,6% disseram acreditar nessa evolução, valor superior ao observado em agosto (72,8%).
Em comparação com agosto, as expectativas dos empresários para as suas empresas mantiveram-se estatisticamente estáveis. Em setembro, 80,6% disseram acreditar que as vendas irão melhorar.
Contratações, nível de investimento e estoques atuais no comércio de Belo Horizonte
A pesquisa mostra que 70,9% dos empresários do comércio de Belo Horizonte pretendem aumentar o quadro de funcionários. Entre as empresas de maior porte (com mais de 50 empregados), 73,3% têm a intenção de aumentar o número de funcionários.
O nível de investimentos das empresas está maior para 48,3% das empresas, valor superior ao observado no mês anterior (49,2%). Para 44,7% das empresas de maior porte, o nível de investimentos se encontra maior, apresentando uma redução no índice quando comparado ao resultado do último mês.
“Nesse momento, é preciso ter atenção nos processos financeiros e operacionais. Ter uma boa organização e controle dos estoques é necessário, além de analisar dados históricos das vendas e tendências atual do mercado para prever a demanda, e assim evitar a falta de mercadorias e perdas de lucro, como promoções com valores abaixo do seu custo inicial”, salientou.
Estoques:
- Os estoques estão adequados para 63,0% das empresas;
- para 20,2% delas há excesso de produtos
- e, para 16,8%, faltam itens.
“É importante também atentar ao fluxo financeiro, para que o número de contratações e possíveis compras de maquinários e equipamentos esteja dentro do orçamento e traga o lucro esperado com as implementações realizadas. Dessa forma, treinamento das equipes e o uso de tecnologia e software especializados em contabilização financeira e de estoque fazem toda a diferença”, pontuou a economista.
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