Economia

Comércio de Belo Horizonte e região pode ter ano de crescimento

Para entidade, resultado só vai se confirmar se mantida a melhora do ambiente econômico
Comércio de Belo Horizonte e região pode ter ano de crescimento
Foto: Diário do Comércio/Arquivo/ Alessandro Carvalho

Depois de um primeiro semestre que deixou a desejar, a expectativa é que as vendas do comércio varejista em Belo Horizonte e outras 14 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) registrem expansão no acumulado dos últimos seis meses de 2023, segundo o vice-presidente do Sindicato dos Lojistas de Belo Horizonte e Região (Sindilojas BH e Região), Salvador Ohana.

“Há segmentos que apresentaram queda, outros, expansão nos primeiros seis meses de 2023. No geral, ficou quase no empate técnico frente ao mesmo período do ano passado. A expectativa é que o segundo semestre seja melhor”, analisa.

O período de julho a dezembro é tradicionalmente mais aquecido para a atividade, graças ao apelo das datas comemorativas, bem como pela influência de recursos extras na economia, como o pagamento do 13º salário.  “O comerciante é sempre otimista”, acrescenta. Além dos fatores tradicionais, Ohana observa que outras variáveis são determinantes para o bom desempenho do comércio nos últimos seis meses do ano, como inflação sob controle e a continuidade da trajetória de queda da taxa básica de juros, a Selic.

Juros

Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano. Em agosto, foi anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) a primeira redução no índice em três anos. A Selic é o principal instrumento usado pelo BC para alcançar a meta de inflação.

A última vez em que o BC tinha diminuído a Selic foi em agosto de 2020, em meio à contração econômica gerada pela pandemia de Covid-19. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis, e, a partir de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Diante da projeção, resultados melhores para os últimos seis meses de 2023 para o comércio de Belo Horizonte e outras 14 cidades, sendo a área atuação da entidade, a perspectiva, conforme o dirigente, é de crescimento em 2023, que pode chegar de 3% a 5% no resultado na comparação com o exercício anterior, quando a expansão foi de 9,5% frente 2021. Ohana, que além de empresário é economista, frisa que o resultado só vai se confirmar se mantida a melhora do ambiente econômico.

Flexibilização

Ohana também analisou o Projeto de Lei 467/2023, que propõe que estabelecimentos comerciais, industriais ou de prestação de serviços fiquem autorizados a funcionar em qualquer horário e dia da semana, inclusive feriados, na capital mineira. A proposta do vereador Irlan Melo (Patri), está tramitando em 2° turno, na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH).

“O Sindilojas é a favor da proposta. Afinal, quanto mais liberdade, melhor. Sou a favor que o comerciante possa trabalhar em qualquer período e horário”, diz,

O dirigente, que está no exercício da presidência do Sindilojas BH e Região, explica que, independente da proposta que está tramitando no Legislativo municipal, é necessário um acordo entre o Sindilojas BH e Região e o Sindicato dos Comerciários de Belo Horizonte e Região (SECBHRM), já que as duas entidades regulam as convenções coletivas de trabalho (CCT).

Ele ressalta que o próximo feriado, 7 de Setembro, o comércio poderá funcionar. Para as lojas de rua, a jornada de trabalho é de oito horas. No Shopping Cidade, Shopping Norte e Anchieta Garden Shopping, a jornada de trabalho será de 10h às 16h. Nos demais shopping centers de Belo Horizonte, a jornada de trabalho será de 14h às 20h.

Fundado na década de 30, o Sindilojas BH e Região tem como base em torno de 50 mil CNPJs (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica). Ohana conta que vem crescendo muito o número de associados que são microempreendedores individuais (MEIs).

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