Economia

Comércio de BH prevê boom nas vendas de fantasias

Com otimismo, lojas especializadas projetam alta superior a 100% quando comparado a última folia, em 2020
Comércio de BH prevê boom nas vendas de fantasias
A principal forma de pagamento recebida pelos lojistas foi à vista no cartão de crédito | Crédito: Matheus Felipe

Faltando poucos dias para o esperado feriadão de Carnaval, começa o corre-corre em busca da fantasia perfeita para festejar a data. Em Belo Horizonte, apesar de a folia já estar acontecendo desde o último sábado (4), no varejo a procura ainda vai tomando ritmo. Os comerciantes de lojas especializadas em fantasias e adereços carnavalescos já projetam, no entanto, alta nas vendas e locações.

A estimativa, segundo eles, pode ser superior a 100%. “Acreditamos que o movimento será muito melhor do que em 2020. Ou melhor, será excelente, pois estamos falando de 5 milhões de pessoas no nosso Carnaval de Belo Horizonte”, comemora o empresário Wallace Fernandes.

Wallace é proprietário da loja Casa Carnaval, Festas e Fantasias, com unidade localizada bem no Hipercentro da capital mineira. Ele conta que as primeiras procuras por fantasias já começaram há bastante tempo, já que o público está ansioso para a volta da folia. “Belo Horizonte foi moldando o seu Carnaval por praticamente três anos, e, quando ganhou força, ficamos dois anos parados”, diz. Para o comerciante, que abriu a loja no final de 2018, é notável um melhor movimento quando a folia cai em março, do que em fevereiro.

“Quando cai em março, as pessoas têm um fôlego de dois meses com as contas. Já quando cai em fevereiro, os foliões estão praticamente saindo do período de férias, que foi seguido das festas de fim de ano, ou seja, tudo muito tumultuado. Porém, com o sucesso do Carnaval de 2020, muitos quiseram curtir o Carnaval seguinte, mas não tivemos. Esse tempo todo em que estivemos parados fez com que o consumidor saísse do Réveillon já desejando a edição de 2023. Creio que as vendas sejam mais que 100%”, afirma Wallace, que, após o Carnaval, espera olhar para a sua loja e comentar: “Nossa! Não é que acabou tudo?!”.

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As expectativas de bons negócios não se restringem às lojas da região Central. Na zona Leste, mais precisamente no bairro Santa Inês, há 20 anos, existe a loja Fantasias BH. No Google, a marca abocanha o maior número de avaliações de internautas, devido à tradição de suas peças com confecção própria.

A loja, que foi fundada pela senhora Maria Aparecida, já está na terceira geração e só trabalha com produtos para locação. Atualmente, à frente do negócio, a neta Bianca Dias dos Santos, com a ajuda da sua mãe Valéria Carla, tenta dar conta de toda a demanda. Para elas, já é esperado um boom na procura previsto para a semana de Carnaval. “Geralmente, o fluxo maior ocorre na semana mesmo perto do Carnaval. E esse momento é bastante movimentado, pois tem muita gente que vem do interior e de outros lugares à procura de fantasias e adereços”, diz.

Para a empresária, a estimativa é que os aluguéis de fantasias cresçam 30% na comparação com a folia de 2020. “Como a gente trabalha com locação, o preço dos nossos produtos variam de R$ 85 a R$ 250. Então, se uma pessoa quer o produto, ela paga pelo valor de uma diária somente, usa durante o Carnaval e devolve depois, sem custo extra para dias excedentes”, explica. Segundo ela, mesmo com a inflação alta de alguns insumos para a produção das vestimentas, em nenhum momento ela decidiu repassar o custo para o consumidor final. “Não subimos o valor e preferimos manter o preço do último Carnaval”, conta.

Alegria para uns, preocupação para outros

Ao contrário do otimismo por parte da maioria dos comerciantes que vendem fantasias em BH, para a Alfa Fantasia, loja com 22 anos na cidade, a previsão é de vendas com queda de 50%. A projeção com sentimento de preocupação é do proprietário Nercy Alves de Oliveira. Ele reclama que seu negócio é altamente prejudicado por conta do aumento de ambulantes autorizados a trabalhar no Carnaval. “São 16 mil ambulantes, e eles vendem adereços de Carnaval. Isso interfere no nosso ramo. Eles não pagam impostos, não têm despesas fiscais, compram um produto a R$ 5 e vendem a R$ 8, achando que têm lucro de 50%, mas não têm. Todos os anos é assim, e este ano será maior”, critica o comerciante.

Wallace Fernandes discorda que os vendedores ambulantes cadastrados pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) possam prejudicar o setor especializado. Segundo ele, as vendas realizadas nas ruas são de acessórios mais simples, como arquinhos e óculos, por exemplo, não representando impacto. “Outro detalhe é que são 5 milhões de pessoas. Haja ambulante para dar conta de atender a esse público. Não acho que afete”, argumenta o empresário, que aumentou o seu quadro de colaboradores para o período.

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De Maria Bonita à Wandinha

Pelas lojas às quais a reportagem apurou, há uma série de opções de produtos que estão em alta entre o público mineiro. A grande saída dos estoques são para as saias tutu e também as metalizadas, fantasias com ombreiras e máscaras tradicionais. Já no universo dos personagens da vida real e da ficção, há estoques redobrados para os foliões que buscam por fantasias de princesas, super-heróis, policiais e máscaras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Fantasia de Wandinha está entre as novidades do Carnaval de 2023 | Crédito: NaMega Festas

No campo das novidades do Carnaval de 2023, multiplicaram das telas para as ruas de Belo Horizonte foliões fantasiados de Wandinha, a garotinha icônica da Família Addams, mais recente sucesso em série da plataforma de streaming Netflix. No entanto, não é somente a personagem de terror americano que se destaca nos bloquinhos deste ano. Do terror brasileiro, Maria Bonita, a esposa do matador e cangaceiro Lampião, também entra na disputa. A personagem virou meme no País após ser mencionada várias vezes por um dos integrantes da atual edição do Big Brother Brasil, reality show da Rede Globo de Televisão.

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