Economia

Com o consumidor mais criterioso, vendas do Natal foram modestas

Com o consumidor mais criterioso, vendas do Natal foram modestas
O comércio foi prejudicado pelo atraso do pagamento do 13º do servidor estadual - Divulgação

Um Natal de números apertados, mas com resultados indicando aumento de vendas. Esse é o resumo do que foi registrado pela maioria dos lojistas da Capital ouvidos pela reportagem ontem, quando ainda estavam contabilizando o volume de negócios dos últimos dias. Os comerciantes relataram que os consumidores estavam bastante criteriosos na hora de comprar os presentes, mas começaram a mostrar mais confiança. Com isso, foi registrada alta de até 10% nas vendas, dependendo do segmento.

“Eu acho que a economia começou a reagir, mas ainda não há euforia”, disse o empresário Marcelo Henrique Diniz Rolim, proprietário da Ideale/Karita, loja de calçados femininos com 11 unidades na Capital. Segundo ele, as vendas no Natal de 2018 cresceram 10% na comparação com igual período do ano passado.

O resultado é atribuído a um maior otimismo dos consumidores com a situação do País. Mas ele pondera que as pessoas ainda estão cuidadosas, tendo optado por produtos de menor preço, as famosas lembrancinhas. O empresário informa ainda que foi feito investimento nos negócios, com reforma de lojas e preparação de equipe. “Não ficamos parados esperando a crise passar”, resume.

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Empresários estão mais otimistas

Mas Rolim ressalta que, no geral, o comércio foi prejudicado pelo atraso no pagamento dos salários e 13º do funcionalismo público estadual. Essa é também a opinião de Ewerton Starling, que está à frente de dois empreendimentos de ramos distintos: artigos esportivos e alimentício. “Faço parte de grupos de WhatsApp com lojistas de outros estados. Posso perceber que Minas foi mais prejudicada devido ao atraso no pagamento do salário do funcionalismo”, disse.

Starling informou ontem que um de seus negócios, a franquia Havanna, que comercializa produtos alimentícios típicos da Argentina, registrou alta de 3% nos resultados. A loja está presente em três shoppings da capital mineira. Ele acredita que o aumento nas vendas veio mais pelo trabalho de gestão que pelo aquecimento do consumo. O empresário disse que investiu nas vendas corporativas de produtos típicos da época.

Outro empreendimento de Starling, a loja Arquibancada, de produtos esportivos, registrou queda de 3% nas vendas em relação a 2017. Nesse caso, ele cita a interferência dos problemas no pagamento do funcionalismo público estadual. “Imagina você não ter segurança se vai receber ou não. Isso desacelera o consumo”, disse. Starling reforça que, mesmo com esse resultado, o estoque da loja está “saudável”. “Fizemos uma compra ‘pé no chão’”, declarou. A Arquibancada está presente em seis shoppings da Capital e em um centro de compras no Vale do Aço.

A loja de brinquedos Big Z, no Buritis, região Oeste de Belo Horizonte, mostrou resultados positivos. Mas o fechamento dos números não tinha sido finalizado ontem. “Ainda estamos vendendo”, disse a gerente Fernanda Figueiredo. “Percebemos um aumento no fluxo e mais ânimo por parte do consumidor”, disse.

Outro segmento com resultados positivos foi o de perfumes e cosméticos. Proprietário da Hermité, Felipe Costa Martins Belém informou que as vendas aumentaram muito este ano em relação a 2017. Ontem ele ainda estava finalizando os números. A Hermité, especializada em perfumes importados e cosméticos, tem loja física na Savassi, Centro-Sul da Capital, e também trabalha com vendas virtuais. “Os resultados foram bons nas vendas da loja física e na internet”, informou Belém. E ele disse ainda que não houve queda no tíquete médio. Entre os produtos mais procurados estão os perfumes com valor médio de R$ 350.

Vestuário – Na loja de roupas masculinas Brooksfield, no Pátio Savassi, em Belo Horizonte, os resultados não foram positivos. Gerente da unidade, Aline Andrade informou que houve queda de 10% nas vendas de Natal este ano em relação a 2017. “As pessoas ainda estão desconfiadas, segurando o dinheiro”, disse.

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