Comércio de materiais da construção civil avança no 2º semestre

A aprovação da reforma da Previdência e o encaminhamento de outras reformas estruturais têm deixado os empresários do setor de materiais de construção mais otimistas em relação ao desempenho dos negócios e a uma possibilidade de aumento das vendas. De acordo com o estudo “Termômetro da Indústria de Materiais de Construção”, da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), caso o cenário se torne mais positivo, a intenção também é de maiores investimento por parte do setor.
De acordo com o estudo, que é nacional, 46% das empresas associadas à Abramat consideraram o faturamento de outubro como regular. Para 35%, o período foi bom ou muito bom e as demais (19%) avaliaram o desempenho como ruim. Para novembro, a expectativa está dividida: 50% esperam um mês bom, enquanto outros 50% esperam um mês regular.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção, Tintas, Ferragens e Maquinismos de Belo Horizonte e Região (Sindimaco), Júlio Gomes Ferreira, no Estado, as vendas de materiais de construção têm mostrado melhor desempenho no segundo semestre. Também houve uma melhora no otimismo do empresário mineiro do setor.
“Há uma pequena melhora do mercado e há também uma expectativa de aumento do otimismo dos empresários do setor. Acredita-se na possibilidade de o mercado realmente reagir no final de 2019 e início de 2020. Agora, isso tudo está muito vinculado a questões e notícias políticas. Se não houver uma degeneração e o cenário continuar avançando – com a aprovação da reforma da Previdência e o encaminhamento das demais reformas, como tributária e a política – a tendência é de melhora. Todas estas previsões estão gerando uma expectativa melhor. Agora, se vai acontecer ou não, ainda não sabemos, porque depende muito de uma calmaria. Que o ambiente político se estabeleça”, explicou Ferreira.
Ainda segundo o representante do Sindimaco, o desempenho das vendas de material de construção está melhor no segundo semestre de 2019 frente ao primeiro. Porém, as negociações se mantêm aquém do registrado no segundo semestre de 2018. Os índices não foram divulgados pelo Sindimaco. A economia ainda enfraquecida e o desemprego em alta, o que compromete o poder de compra das famílias, são fatores que interferem no desempenho.
“Já registramos alguma melhora nas vendas com relação ao primeiro semestre, mas, em relação a igual período do ano passado, acreditamos que ficará menor. Ainda está cedo para determinarmos os índices, porque estamos fechando os meses. A tendência, no fechamento do ano, é de que o faturamento de algumas empresas se mantenha igual a 2018, mas uma grande parte deve apresentar pequena queda no resultado. Esse cenário é reflexo da falta de confiança dos consumidores. Mas estamos sentindo que o mercado está aumentando, de forma gradual, a pulsação, o que é importante, uma vez que o setor movimenta a economia e precisamos acreditar na retomada”.
Investimentos – Em relação à intenção de investimentos, o estudo da Abramat registrou, em outubro, a terceira alta consecutiva, sendo este o maior crescimento dessa sequência. O total de empresas com pretensões de investimento no médio prazo, seja em expansão da capacidade, seja em modernização dos meios de produção, chegou a 81%. Em outubro de 2018, esse número era 57%.
As empresas do setor, no Estado, tendem a investir em formas de atrair o consumidor e estimular as vendas. “Os empresários têm investido em alternativas de produtos, com melhores preços, na melhor negociação junto aos fornecedores para tentar realizar promoções e criar condições que venham a refletir na melhora dos negócios”.
Ouça a rádio de Minas