Comércio de Minas está otimista para o fim de ano

O setor de comércio de Minas Gerais está otimista para as vendas desse fim de ano. Isso porque o período é marcado por datas que, geralmente, estimulam o consumo como a Black Friday e o Natal, além do pagamento do 13º salário, renda extra para o trabalhador que movimenta a economia brasileira. A atual conjuntura econômica também vem elevando as expectativas.
De acordo com o economista-chefe da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Stefan D’Amato, as perspectivas são favoráveis à atividade comercial mineira. Ele justifica a confiança dizendo que a Black Friday é uma das datas mais aguardadas pelos consumidores no ano e o Natal é a que tem mais impacto no setor.
“Temos a Black Friday, além do Natal, que é a data que mais puxa o consumo. Temos ainda um incremento de renda que é o décimo terceiro salário que a grande maioria consome em presentes de Natal. Temos também o controle da inflação, mesmo pensando que alguns produtos, como o petróleo, possam subir novamente por conta da guerra (entre Israel e Hamas)”, afirmou.
As expectativas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) também são positivas para esse fim de 2023. Conforme a economista da entidade, Ana Paula Bastos, esse otimismo se deve ao ambiente econômico atual, com um avanço do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, uma desaceleração da inflação, especialmente dos alimentos, que segundo ela, é o que mais pesa no bolso dos consumidores, além de uma redução da taxa de desemprego.
“Esses grandes indicadores aliados formam um ambiente mais propício para esse consumo. Outro ponto também foi o programa Desenrola Brasil que ajudou os inadimplentes a quitarem seus débitos. Principalmente, agora para o Natal e a Black Friday, que o ticket médio é maior, o crédito é importante para que essas pessoas consigam comprar um bem de maior valor agregado”, disse.
“O décimo terceiro também dá muito fôlego. Quem recebe a primeira parcela até o dia 20 (de novembro) e tem dívida vai aproveitar para quitá-las, mas é uma oportunidade de quem não tem, comprar, principalmente em uma data forte como a Black Friday e o Natal”, salientou.
Otimismo, mas com cautela
Segundo o economista da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), Paulo Casaca, a expectativa da entidade é que o comércio do Estado continue crescendo nesse último trimestre do ano, entretanto, sem grandes resultados. O otimismo com cautela é explicado pelo desempenho de outros setores da economia, a alta taxa de juros e o não crescimento significativo da renda das famílias brasileiras, apesar da diminuição dos níveis de desemprego.
“O varejo em Minas Gerais cresceu 3% no acumulado dos últimos 12 meses (até agosto) e o Brasil, 1,7%. Então, o resultado do Estado é melhor e acredito que se mantenha melhor em relação à média brasileira, mas não vai ser tão exuberante, porque você tem alguns setores que a ainda tem uma situação ruim, como a indústria que vem recuando no Brasil”, ressaltou.
“Além disso, tem a questão da taxa de juros alta por muito tempo, que tem afetado o desempenho da atividade econômica. Também tivemos uma melhora nos números de desemprego, mas que não tem sido acompanhada por um aumento mais forte da renda das pessoas. Ou seja, são resultados positivos, que indicam que vamos crescer um pouco mais do que se esperava no começo do ano, mas nada muito significativo”, enfatizou o economista da ACMinas.
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