Economia

Comércio de rua de BH registra melhora

Comércio de rua de BH registra melhora
Crédito: Charles Silva Duarte

O comércio de rua de Belo Horizonte, formado por lojas localizadas no hipercentro, na Savassi e em bairros está ganhando a preferência dos belo-horizontinos. Pesquisa feita nos últimos dias 14 e 15 de junho pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) constatou um aumento de 85,19% nas vendas do Dia dos Namorados neste segmento em relação ao mesmo período em 2020. 

O  resultado positivo é fruto de vários fatores, conforme o presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva. Como este segmento lojista está em locais mais abertos e os empresários do setor estão seguindo todos os critérios dos protocolos de prevenção à contaminação pelo coronavírus, na opinião de Souza, os consumidores estão mais confiantes.

“As pessoas gostam de ver o produto de perto. De terem a liberdade de avaliar a qualidade da mercadoria  presencialmente. Este é um grande diferencial do comércio de rua”, afirmou.

Abertura do comércio

A abertura do comércio foi um dos fatores que beneficiou o comércio de rua. A pesquisa feita pela CDL-BH constatou que  77,78% dos comerciantes acredita que, com mais lojas abertas, os negócios tendem a aumentar.  Outros 20% creditaram o aumento das vendas à divulgação dos produtos. Mas a diversificação das mercadorias foi considerada a terceira maior causa para o aumento de vendas para 13,33% dos lojistas. O último fator usado como justificativa foi a melhoria do atendimento (4,44%).

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Para  o presidente da CDL-BH, as pessoas sentem-se mais confiantes com a abertura do comércio. “Não é o comércio que está disseminando a Covid-19. É o desrespeito aos protocolos de segurança. E nós estamos seguindo rigorosamente as normas”, afirmou. 

Mais vendidos

O aumento das vendas atendeu às expectativas de 42,59% dos lojistas do segmento de rua. Para 27,16% dos empresários deste nicho, em comparação com 2019, as vendas aumentaram em 27,78%. A maioria dos namorados de Belo Horizonte, cerca de 35,8%, ganhou roupas no último dia 12. Em segundo lugar, as maiores vendas foram de artigos eróticos (17,28%), seguidos, respectivamente, pela comercialização de acessórios (12,96%), lingeries (9,26%), flores (8,02%) e calçados (6,79%).

A maioria dos consumidores, cerca de 38,89%, pagou à vista no cartão de crédito. Mas 35,19% parcelaram o valor do presente no cartão, 14,2% pagaram no débito, 14,2% fizeram transferências eletrônicas pelo Pix e TED,  9,26% usaram o DOC e apenas 1,85% pagou em dinheiro. 

Para o presidente da CDL-BH, parte do aumento das vendas do comércio no hipercentro, Savassi e nos bairros foi resultado dos investimentos feitos pelos empresários deste segmento em e-commerce e  em mídias sociais durante o período em que estiveram fechados.

Destes 85,19% de aumento nas vendas, quase 9,88% corresponderam às vendas feitas via e-commerce e 3,70% foram feitos pelo uso de mídias sociais como o WhatsApp, o Instagram e o Facebook.  Para  Silva, houve uma mudança no comportamento dos lojistas.  “Alguns comerciantes atendiam há dez anos um cliente e não sabiam nada sobre ele. Com a pandemia, eles buscaram a fidelização dos clientes por meio digital. As mídias sociais e o e-commerce ajudam a vender e também estreitam a relação entre lojistas e seus clientes”, avaliou.

E-commerce ajuda lojistas com vendas

Proprietária da Let´s Sports, localizada no bairro Grajaú, Letícia Barbosa Novais também acredita que os investimentos feitos em e-commerce durante o fechamento do comércio ajudaram sua loja ficar mais conhecida. Em relação às vendas de  2020,  a loja conseguiu contabilizar um aumento de pelo menos 25%. Mas ela identificou pessoas de outros bairros que conheceram a loja inicialmente por meio digital. 

“Eu coloquei a minha cara nessas mídias. Converso com os clientes.  Dou dicas, falo coisas interessantes e leves. Resultado: estamos ficando mais conhecidos, vendendo para outros bairros de Belo Horizonte”, contou.

Já Fátima Homem, 59 anos, proprietária da Papelaria Van Gogh e da Loja Van Gogh de Utilidades Domésticas, localizadas na mesma rua do bairro São Luiz, Pampulha, também atribuiu o sucesso das vendas aos investimentos feitos em e-commerce. “Tenho a papelaria há 40 anos. Nunca imaginei que iríamos passar por um problema desses. Mas investimos em mídias sociais em vendas pela web, principalmente de material de escritório. Isso ajudou a divulgar a loja”.

Ela, no entanto, está ansiosa para o retorno das vendas presenciais. “Abri a loja de Utilidades Domésticas e percebi que as pessoas entram para conhecer e saem com alguma coisa que lembram estar precisando. Espero que a vacinação seja concluída rapidamente para aumentarmos o fluxo de clientes”. 

Aluguel e venda de lojas 

A presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e do Sindicato do Mercado Imobiliário de Minas Gerais, Cássia Ximenes, disse que é notável a procura por imóveis comerciais em bairros. “Não temos uma estatística, mas estamos tendo maior procura no hipercentro, em bairros e pequenos Malls”, afirmou. 

Apesar do aumento da procura, um dos obstáculos enfrentados pelo segmento é a necessidade de negociação entre empresários e locatários. “Estamos nas negociações e estamos sendo bem-sucedidos, ajudando-os a chegarem a um consenso”, afirmou.

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