Economia

Otimismo: comércio deve faturar 43% a mais durante o Carnaval de Belo Horizonte

Cada folião deve gastar R$ 370 por dia e bebidas não alcoólicas devem ser as mais vendidas; veja mais
Atualizado em 25 de janeiro de 2024 • 17:55
Otimismo: comércio deve faturar 43% a mais durante o Carnaval de Belo Horizonte
Somente as lojas de adereços de Carnaval esperam um aumento de 11,8% nas vendas neste ano | Crédito: Bruno Figueiredo/Área de Serviços/Belotur

Os setores de comércio e serviços estão otimistas para o Carnaval de 2024. Uma pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) indica que o faturamento na cidade deve aumentar quase 43% durante os festejos, numa comparação com as vendas da folia passada.

Somente em 2023, o evento carnavalesco arrecadou aproximadamente R$ 700 milhões aos cofres públicos. Já a estimativa para a grande programação deste ano, entre 27 de janeiro e 18 de fevereiro, é que arrecade R$ 1 bilhão.

“Já sabemos que um folião deve gastar diariamente R$ 125,90 e, que no período de cinco dias aproveitando os blocos e eventos na cidade, esse valor representaria uma soma de R$ 1,5 mil. Com isso, vemos a importância do Carnaval para Belo Horizonte, pois todo o investimento que chega à cidade, grande parte dele ‘deságua’ no comércio da Capital. É um cenário de muito otimismo”, afirma Fernando Cardoso, vice-presidente da CDL/BH.

Nesse mesmo clima de otimismo, 51% dos empresários e empreendedores da Capital estimam que o mês de fevereiro será marcado por boas vendas. Um dos fatores, segundo Cardoso, se dá pelo fato da grande concentração de foliões nos principais corredores comerciais da cidade.

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“A cada ano, o Carnaval de Belo Horizonte se fortalece em meio ao grande público que chega à cidade. Neste ano, teremos 10% a mais de pessoas em BH. Os hotéis, bares, restaurantes, lojas de vestuário e calçados, lojas de adereços, supermercados e ambulantes têm resultados cada vez melhores nesta época. Prova é que o setor de comércio e serviços representa 70% do nosso PIB e movimenta uma grande cadeia para o turismo. Teremos neste ano 20 mil pontos de vendas em funcionamento pela cidade”, diz Cardoso.

Bebidas não alcoólicas devem liderar entre os produtos mais vendidos

Expectativa é de que 17 mil ambulantes estejam nas ruas de Belo Horizonte durante o Carnaval de 2024 | Crédito: Bruno Figueiredo/Área de Serviço/Belotur

Segundo os comerciantes, bebidas não alcoólicas (44,9%) e alcoólicas (35,4%) despontam como os itens mais procurados para a festa. Já os produtos do segmento de alimentação (34,3%), vestuário (24,2%) e adereços (11,8%) serão os responsáveis por aquecer os estabelecimentos e ambulantes na Capital.

A aquisição desses produtos pode, segundo os empresários ouvidos pela CDL/BH, resultar em um gasto médio de R$ 125,90.

Já as formas de pagamento mais previstas são:

  • pagamento integral com cartão de crédito (45,7%),
  • cartão de débito (25,1%),
  • PIX (15,1%)
  • e parcelamento no cartão de crédito (12,6%).

Em relação às compras parceladas, 50% dos comerciantes esperam até três prestações.

“As pessoas estão cada vez saindo para as ruas com menos dinheiro no bolso e o PIX, certamente, é uma das alternativas que mais estão crescendo como forma de pagamento. Essa mudança é justificada pela necessidade de maior segurança quanto para o comerciante, quanto para o consumidor. Assim vale também para as modalidades de cartão de crédito e de débito”, avalia o vice-presidente da CDL/BH.

Funcionamento do Comércio durante o Carnaval de Belo Horizonte

Durante o Carnaval, as lojas de rua na capital mineira estarão autorizadas a operar. Contudo, nos dias 12 e 13 de fevereiro, a mão de obra dos funcionários não poderá ser empregada.

Para Fernando Cardoso, apesar de existir essa medida que favorece aos colaboradores dos estabelecimentos, a mudança não afeta nos negócios.

Para 44,5% dos lojistas entrevistados pelo levantamento, a presença de blocos próximos aos seus estabelecimentos aquece as vendas, o que garante que ambos os dias sejam aquecidos.

Folia de 2024 vai solucionar desafios da edição anterior

Desfile ‘Banda Mole’ na Avenida Afonso Pena em 2023 | Crédito: Bruno Figueiredo/Área de Serviço/Belotur

Questionado pela reportagem sobre os desafios encontrados pela entidade no ano de 2023 e que podem ser solucionados nesta edição, Fernando Cardoso responde:

“Tivemos no ano passado um desafio quanto à centralização dos blocos na região Centro-Sul. Porém, neste ano, o comércio de outras regiões será favorecido com a descentralização. Tanto é que o Barreiro terá um número de desfiles de blocos bem superior ao ano passado, o que vai movimentar o comércio daquela região”, destaca.

Outro ponto importante ressaltado por Cardoso é que outros segmentos dentro do setor de Comércio e Serviços poderia aproveitar melhor a intensidade do Carnaval para fortalecer as vendas.

“Ao contrário dos bares, restaurantes, hotéis e ambulantes que aproveitam muito bem desta época, os shoppings centers, as óticas e outros segmentos podem ter também resultados melhores e oportunidades. Para isso é necessário oferecer uma melhor experiência ao cliente, atender o consumidor com boas estratégias de venda, utilizar a tecnologia a favor neste período de aglomeração, e customizar oportunidades até pelo uso de inteligência artificial”, sugere.

Já pela ótica dos comerciantes da Capital, o Carnaval é uma boa oportunidade de vendas, mas é afetado por fragilidades no tráfego (52,5%) e pela incidência de chuvas (14,5%). Enquanto isso, para 31% dos lojistas, não há nenhum problema que prejudique a festa acontecer.

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