Comércio e serviços esperam alta de 7,5% no faturamento nas férias de julho

O setor de comércio e serviços espera faturar 7,5% a mais no período das férias escolares deste ano do que no mesmo período do ano passado, de acordo com a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG). A chegada das férias de crianças e jovens traz mais oportunidades de viagens, entretenimento e amplia o consumo. A sazonalidade privilegia alguns segmentos, mas o setor de um modo geral é todo beneficiado.
Quem garante é o vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Fernando Cardoso. Ele informa que o setor de comércio e serviços responde por 70% do Produto Interno Bruto (PIB) da capital mineira e 80% dos empregos da cidade. “Então, alguns segmentos são diretamente beneficiados, mas como a cidade tem esta particularidade de ter a força nesse setor, indiretamente, todos os segmentos são beneficiados”, garante.
Especificamente, o vice-presidente da CDL/BH cita algumas áreas que se despontam no período, como turismo e viagem. “As crianças e os jovens esperam muito por este momento. Muitos pais também tiram férias agora e aproveitam para viajar”, diz. Ele cita também o segmento ‘entretenimento’, “com os filhos de férias, os pais que não conseguem viajar ou tirar férias no período acabam levando as crianças para passear em shoppings, cinemas e teatro”, exemplificou.
Cardoso também cita o setor de vestuário, calçados e óticas como áreas beneficiadas pelas férias de julho. “A mudança de temperatura somada à maior disponibilidade dos pais e das crianças levam as pessoas às compras. A venda de roupa de frio, sapato fechado e a troca de óculos, assim como a renovação dos materiais escolares, outro setor que também aproveita o momento, são muito comuns nesta época”, analisa.
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Ele ainda cita os setores de brinquedos e de cursos extracurriculares. “Os jovens aproveitam a ausência das aulas regulares para fazer cursos extras, movimentando esta área também”, ressalta Cardoso.
A percepção otimista tem uma explicação. “A gente vem em uma tendência este ano em que todas as datas comemorativas registraram crescimento com relação ao ano passado, por isso, nas férias de julho não deve ser diferente”, aposta o vice-presidente CDL/BH, Fernando Cardoso.
Cenário cauteloso não impedirá crescimento
Para que a expectativa de alta nas vendas vire realidade, o economista da FCDL-MG, Vinicius Carlos da Silva, recomenda a realização de campanhas temáticas, pagamento facilitado, divulgação em redes sociais, programas de fidelidade e ampliação de canais de venda. “O varejo sabe trabalhar isso. Seja por meio de experiências, seja por eventos, ele consegue atrair o consumidor”, defende.
Vinícius da Silva pondera o cenário econômico mais restrito e cauteloso, mas aposta na criatividade e resiliência do setor. “O cenário exige cautela e exige que você esteja atento às possibilidades. A inflação começa a sinalizar, os juros estão altos, o emprego está sendo gerado, mas não na proporção esperada. Porém, a sazonalidade também pesa. A possibilidade de você ter aquele momento em família tem um apelo emocional importante. O consumidor não vai perder a oportunidade de viver o presente. Isso quer dizer que ele equilibrará suas finanças para ser e ficar mais feliz”, diz.
Cardoso, da CDL/BH, diz que as estratégias convencionais são importantes, mas comunga a opinião de que o diferencial pode fazer a diferença. “Tudo que gera uma experiência de consumo legal para a criança e para o adolescente são estratégias relevantes. Mimos como doce, balão, pipoca ou algodão doce são coisas que atraem a um custo baixo. E agradando as crianças, agrada também os pais”, diz.
A coordenadora de economia da Fecomércio-MG, Gabriela Martins, ressalta o terço de férias a que os assalariados regidos pelos contratos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) têm direito. “As pessoas têm mais disponibilidade de tempo, saem mais de casa que somadas à remuneração extra de férias injeta mais dinheiro para as pessoas poderem gastar”, diz.
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