Economia

Comércio está otimista com 13º integral de MG

Comércio está otimista com 13º integral de MG
Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

As entidades que representam o comércio em Minas Gerais estão otimistas com o Natal. O setor comemora o pagamento do décimo terceiro integral do funcionalismo do Estado depois de seis anos de parcelamento. A estimativa é de que sejam injetados cerca de R$ 2,5 bilhões na economia mineira, sendo R$ 800 milhões na Capital. 

No fim de novembro, a Prefeitura de Belo Horizonte já havia quitado o décimo terceiro integral, injetando na economia da cidade cerca de R$ 270 milhões. 

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) divulgou pesquisa em que esperava um crescimento de até 1,75% nas vendas no Natal em 2021. Mas o presidente da entidade, Marcelo de Souza e Silva, acha que esses números serão superados. 

“Esse aumento de 1,75% já era muito bom, mas eu acho que vai ser até maior. A movimentação está intensa nas lojas de ruas, lojas de bairros, shoppings e centros comerciais, a sinalização está sendo toda positiva. O salário e o décimo terceiro do Estado sendo pagos em dia dão mais segurança para os servidores fazerem compras”, afirma. 

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De acordo com a CDL-BH, os belo-horizontinos pretendem investir R$ 110,10 por presente neste Natal, um crescimento de 15% no tíquete médio em comparação a 2020, quando o consumidor gastou R$ 95,71. Além disso, 72,8% dos moradores da capital mineira vão presentear neste Natal, o que significa um crescimento de 3,3% frente a 2020, quando o índice registrado foi de 70,5%.

O presidente da CDL-BH reconhece que o cenário negativo da macroeconomia, com inflação e juros em alta, pode prejudicar as vendas de Natal, mas reforça que estão sendo buscadas alternativas pelos empresários, principalmente em relação ao atraso na entrega de insumos e produtos. “Na questão dos fornecedores, por exemplo, estamos buscando fornecedores mais próximos, nacionais, e eles estão criando facilidades. O comerciante brasileiro é resiliente e está fazendo de tudo para melhorar a gestão nas empresas”, afirmou.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) divulgou pesquisa em que 69,9% dos empresários mineiros esperam resultados melhores no Natal em relação aos últimos dois anos. Entre os motivos apontados para a melhora nas vendas do período estão: o valor afetivo da data (44,1%); expectativa/confiança (33,6%); abrandamento da pandemia (12,6%); aquecimento do comércio (10,1%); flexibilização das atividades empresariais (6,9%); e vacinação (6,5%). 

“O Natal tem forte apelo emotivo e isso acaba levando os consumidores às compras. Mesmo com um cenário adverso, de inflação e juros altos, as pessoas vão às lojas em busca de presentes”, explica Guilherme Almeida, economista-chefe da Fecomércio-MG.

Segmentos

Em relação aos segmentos econômicos, os principais beneficiados pelas vendas natalinas são: tecido, vestuário e calçados (91,3%); móveis e eletrodomésticos (89,3%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos (89,1%); supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (85,0%) e outros artigos de uso pessoal e domésticos (78,6%). 

Neste ano, 62,6% dos empresários acreditam que os consumidores começarão a realizar as compras a partir de agora, na segunda quinzena de dezembro. O gasto médio não deve ultrapassar o valor de R$ 200,00 para 54,2% dos entrevistados.

Para o economista e presidente do Conselho Empresarial de Economia da ACMinas (Associação Comercial e Empresarial de Minas), Guilherme Leão, as vendas terão crescimento em relação a 2020. Segundo ele, até as parcelas de pouco mais de R$ 400,00 do Auxílio Brasil vão aquecer o consumo das famílias de classes mais baixas. 

“Já estamos numa melhoria de volta da atividade econômica, mas ainda será um crescimento tímido, retraído, apesar da injeção do décimo terceiro. Acho que esse dinheiro também será realocado para as dívidas”, aponta.

Limpa nome

O economista-chefe da Fecomércio-MG concorda e diz que boa parte do décimo terceiro salário deve mesmo ser usada pelos consumidores para regularizar a sua situação financeira, já que o endividamento das famílias segue muito alto. Segundo Guilherme Almeida, “quem está inadimplente tende a limpar o nome no SPC e voltar ao mercado de crédito, o que se traduz na possibilidade de novas compras. E a gente espera que os endividados coloquem suas contas e a capacidade orçamentária em dia”.

Já Guilherme Leão reforça que, apesar de o brasileiro não ser um especialista em educação financeira, “é natural que as pessoas percebam que o salário não está dando para pagar as contas, crediários, colocar comida na mesa. E se elas não quitarem a fatura do cartão, usando esse dinheiro que entra agora, viram inadimplentes e o crediário se fecha novamente”, completou.

Confiança do setor volta a crescer no País

Rio de Janeiro – Depois de três quedas mensais seguidas, os comerciantes voltaram a apresentar otimismo no final do ano. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) subiu 0,3% em dezembro, acumulando alta de 10,9% em 2021.

Na série dessazonalizada, o Icec atingiu 120,3 pontos e permaneceu dentro da zona de satisfação (acima dos 100 pontos), nível próximo ao registrado em abril de 2020 (120,7), período do início da pandemia de Covid-19. A elevação, no entanto, não conseguiu compensar a queda de 13,2% registrada no ano passado.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, lembrou que este ano o índice apresentou queda em 8 dos 12 meses, refletindo a oscilação da confiança empresarial em conformidade com a performance do mercado.

“Foram dois períodos prolongados de diminuição: os primeiros cinco meses e depois o trimestre de setembro a novembro. A terceira onda da pandemia; dólar e preços altos; juros crescentes; baixa capacidade de reação do mercado de trabalho; e expectativas com o novo programa de transferência de renda se encaixam no quadro de incertezas que influenciaram o cenário”, avaliou, em nota, Tadros.

Expectativas e cautela – Entre os três componentes do Icec, apenas Condições Atuais do Empresário do Comércio apresentou redução, de 2,3%, puxado para baixo pelo subíndice Economia, que registrou queda de 5,1%. Já Intenções de Investimento cresceu 1,4%; e Expectativas do Empresário do Comércio, 1,2%.

O economista da CNC responsável pela pesquisa, Antonio Everton, destacou que o crescimento da confiança do comércio em dezembro pode estar relacionado às expectativas de consumo nas festas de fim de ano. No entanto, os números da pesquisa e o baixo percentual de aumento do Icec mostram prudência do planejamento empresarial. (ABr)

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