Comércio está otimista para época do frio

Os lojistas mineiros estão otimistas com relação às vendas para a temporada de inverno. De acordo com um levantamento feito pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), 77,1% dos empresários mineiros esperam que o período de frio gere resultados positivos para seus negócios.

Apenas 5,4% estimam impacto negativo no volume de vendas da loja. Outros 17,4% acreditam que o inverno não causará nenhuma consequência para seu estabelecimento.

A pesquisa também aponta que 39% dos comerciantes esperam que as vendas sejam melhores se comparadas com a temporada de frio de 2023. Entre os motivos citados, os destaques foram: inverno mais rigoroso (36,6%); otimismo (32,1%) e consumidor está comprando mais (13%).

Por outro lado, 32,4% são mais pessimistas e aguardam por vendas piores do que no ano passado. Dentre esses, para 59,6%, a percepção de que não está frio foi o motivo predominante para essa baixa expectativa. Outros 38,5% destacaram clima/tempo e 22,9% apontaram crise econômica como motivo.

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Já para 21,4% dos empresários varejistas de Minas, as vendas do comércio devem permanecer no mesmo patamar do período de frio anterior, enquanto 7,1% não souberam ou não responderam sobre essa questão.

Entre as empresas com boas expectativas para essa temporada, 39,7% estimam impacto percentual médio positivo de 10% a 30% do volume de vendas. No entanto, entre aquelas com expectativas de piora nas vendas, 51,9% esperam por redução de até 30% do volume.

Ações do comércio para atrair o consumidor

Quando perguntados sobre quais ações as lojas farão para atrair os consumidores, 48,9% responderam que irão apostar em propagandas e divulgação. Outros 20% optaram por seguir com estratégias voltadas à adoção de promoções e liquidações.

A maioria dos empresários (77,7%) do comércio afirmou que já está preparada para a época de frio e que já recebeu todos os produtos encomendados para complementar o estoque. No entanto, 18,8% dos lojistas reconheceram que ainda não estão preparados. Além disso, 2,4% dos empresários não realizaram os pedidos e 0,9% disseram que não irão fazer.

Quanto ao número de itens solicitados aos fornecedores, 34,2% responderam que o volume de pedidos foi menor que o solicitado em 2023. Já 33,3% revelaram que esse número está igual ao ano passado, enquanto 23,2% aumentaram a quantidade solicitada.

Para 46,1% dos lojistas, os preços cobrados pelos fornecedores pelas peças de frio estão mais altos este ano. Apenas 5,1% consideraram que houve uma queda nos valores praticados. Outros 37,8% não observaram mudanças na comparação com o último ano.

Perfil de vendas para época do frio

Mais da metade dos comerciantes (62,8%) esperam que a forma de pagamento que irá se sobressair no período de frio será o cartão de crédito, parcelado. O crediário/carnê aparece em segundo com 13,1%.

O período em que as empresas se programam é no mês de junho. Na visão de 46,1% do comércio no Estado, o momento de maior movimento para compras para época de frio será na primeira quinzena do respectivo mês.

Quanto às vendas on-line, 85,3% das empresas mineiras afirmaram que irão disponibilizar seus produtos na internet contra 14,5% que não realizam vendas pela internet.

Entre os meios citados, os destaques foram WhatsApp e Instagram, com 91,7% e 69,9%, respectivamente. Já 9,1% das empresas venderão seus produtos por meio de sites próprios, 8,3% no Facebook e 5,8% por meio de plataformas e-commerce.

A expectativa de 47,9% do comércio é de que o preço médio gasto por cliente no frio varia entre R$ 100 a R$ 300. Outros 13,1% estimam consumo de R$ 300 a R$ 500.

Sobre as previsões de liquidação, a maioria (29,8%) não irá adotar, enquanto 17,3% disseram que pretendem realizar apenas no final de julho. Em média, para 28,1%, os produtos devem ter descontos de 40% e 50% nas liquidações.

Mesmo com menos dias de frio, “charme” da época favorece comércio

O economista da Fecomércio MG, Gilson Machado, ressalta que, mesmo com o ano com menos dias de frio, o comércio está otimista com as vendas pelo aspecto cultural do inverno. “A gente sabe que tem o “charme” do frio. Geralmente a pessoa compra algum item, seja para sair, seja para ir para o trabalho, uma pessoa tende a comprar algo para incrementar o seu guarda-roupa ou também para viagem, esse período é muito de viajar para cidades mais frias”, aponta.

O economista aponta que a melhora da economia, com mercado de trabalho aquecido e aumento da renda média da população, possibilitam que as expectativas dos empresários do comércio aumentem em relação ao ticket médio gasto por pessoa, além do próprio processo inflacionário. “O empresário ainda está otimista e vê que, embora tenha alteração no meio ambiente, ainda não vai impactar tanto no período de inverno”, declara.

Mas entre os lojistas do comércio que estão pessimistas com o período de frio, a bem da verdade – menor parte entre o comércio mineiro -, um item antes pouco citado tem se destacado: a não chegada do frio. “Cinco, dez anos atrás, não era quente dessa forma. A gente sentia muito frio, totalmente diferente. E essa percepção vem agora, com a mudança climática, trazendo um impacto mais recente”, finaliza Machado.