Economia

Comércio lamenta aumento da passagem do transporte coletivo sem aviso prévio em BH

As tarifas do Serviço de Transporte Coletivo de Belo Horizonte serão reajustadas a partir da próxima quarta-feira (1º).
Comércio lamenta aumento da passagem do transporte coletivo sem aviso prévio em BH
FOTO: Alessandro Carvalho/Diário do comércio

O aumento da passagem do transporte coletivo de Belo Horizonte, que entra em vigor no dia 1° de janeiro, gerou insatisfação no setor de comércio e serviços. Representada pela  Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), a categoria lamentou o reajuste de quase 10%. A entidade entende que esse aumento irá prejudicar o planejamento administrativo e financeiro das empresas, bem como afetar o poder de compra da população. 

“Solicitamos ao Executivo que houvesse um aviso prévio de, pelo menos, 30 dias para que os comerciantes pudessem se adequar ao novo preço da passagem. Infelizmente, isso não aconteceu e chegamos ao fim do ano sendo prejudicados por esses reajustes. Os lojistas da capital, que em sua maioria são de médio e pequeno porte, terão que arcar com custos que não estavam previstos”, afirma o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

Ainda de acordo com o dirigente, além do impacto imediato nos caixas das empresas, o reajuste também limita futuros investimentos. “À medida que o comerciante tem um aumento de custos e manutenção de seu negócio, ele precisa realocar verbas para conseguir manter o funcionamento básico, como é o caso do transporte dos funcionários. Nesse cenário, ele deixa de investir em outros pontos, como expansão, valorização do colaborador e, até mesmo, abertura de novos postos de trabalho”, explica.

Perda do poder de compra

Outro ponto levantado pela CDL/BH em relação ao reajuste diz respeito ao poder de compra da população. “Já vivemos um cenário onde as famílias estão mais cautelosas em relação ao consumo em função do aumento dos preços de diversos produtos, inclusive os de cesta básica. Com este novo aumento da passagem, o orçamento fica mais apertado e as pessoas tendem a reduzir o consumo, o que prejudica o desempenho do comércio, que é o principal gerador de empregos da cidade”, enfatiza Souza e Silva.

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Além do impacto financeiro, a entidade destaca que o constante aumento do valor da passagem de ônibus provoca outras fragilidades na cidade, dentre elas as dificuldades na  mobilidade urbana e o aumento de carros particulares em circulação.

O que diz a PBH

Procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte não havia se manifestado até a publicação desta matéria. Em seu comunicado sobre o aumento da tarifa, ressaltou que “o reajuste é necessário para a continuidade dos investimentos no transporte público e melhoria dos serviços”. E que cálculos realizados pela Superintendência de Mobilidade (Sumob) mostram que, levando-se em conta o custo operacional do sistema, a tarifa predominante deveria chegar a R$ 9,40. “No entanto, para reduzir o impacto nos gastos do usuário do transporte público, o complemento do valor continuará sendo custeado pela PBH, seguindo o que estabelece a Lei 11.458/2023”, informou em nota.

Sobre o reajuste das passagem 

As tarifas do Serviço de Transporte Coletivo de Belo Horizonte serão reajustadas a partir da próxima quarta-feira (1º). O valor da passagem vai variar de R$ 2,75 (linhas curtas) a R$ 5,75 (linhas convencionais). 

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