Economia

Comércio mostra otimismo com Dia dos Namorados em Minas

Levantamento da Fecomércio-MG aponta que 80% dos empresários impactados pela comemoração apostam em alta nas vendas este ano
Comércio mostra otimismo com Dia dos Namorados em Minas
Expectativas maiores, segundo pesquisa, estão no segmento de tecidos, vestuário e calçados | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

O comércio varejista vem de uma pandemia que, em seu período mais crítico, fechou lojas e reduziu drasticamente as vendas. Agora enfrenta um cenário econômico difícil, com a inflação reduzindo o poder de compra do consumidor.

Nesse contexto, qualquer data especial anima os empresários do setor, e o Dia dos Namorados é uma das mais importantes. Prova disso é que 80% dos empresários que sentem o impacto da data acreditam que as vendas deste ano devem ser superiores às de 2021, aponta pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG).

“Isso chama a atenção, levando em consideração o atual cenário econômico, de inflação crescente. No entanto, não podemos esquecer do valor afetivo da data, que é por sinal o principal motivo apontado pelos empresários para que as vendas sejam melhores. Há também o abrandamento da pandemia, que tem feito com que os consumidores voltem a ter confiança em frequentar o comércio de rua, além do otimismo, que é uma característica marcante dos empresários do comércio mineiro”, observa a economista da Fecomércio-MG, Gabriela Martins.

A pesquisa “Expectativas do Comércio Varejista – Dia dos Namorados 2022”, feita pela federação, foi realizada entre os dias 9 e 17 de maio com 403 empresas de Minas Gerais, e, de acordo com a economista, permite ao empresário se estruturar para aproveitar melhor as oportunidades geradas pela data, que fecha o calendário promocional do primeiro semestre.

Segundo o levantamento, o Dia dos Namorados gera impacto para 47,1% das empresas do comércio varejista do Estado. Os segmentos que mais devem vender são os de Tecidos, Vestuário e Calçados; Joias, Ótica, Artigos recreativos e esportivos e Eletroeletrônicos; Livros, jornais, revistas e papelaria; e Produtos farmacêuticos e Perfumaria.

As expectativas maiores estão no segmento de tecidos, vestuário e calçados –  70,2% dos empresários que atuam na área esperam um aumento das vendas no período. Para este otimismo, concorrem o valor afetivo da data, citado por 42,8% dos entrevistados, e o abrandamento da pandemia, fator apontado por 30,9% dos empresários ouvidos. Por outro lado, entre os 30% de empresários pessimistas, 45,5% apontam a crise econômica como entrave para vendas melhores que as do ano passado.

A grande maioria das lojas que têm boas expectativas para a data está preparada para as vendas – 78,4% já receberam todas as encomendas. No entanto, a maioria dos consumidores deixa as compras para a última hora, principalmente quem deseja economizar aproveitando as promoções. Segundo a pesquisa, apenas 4,2% dos consumidores devem comprar com antecedência.

A pesquisa aponta que, para atrair o consumidor e garantir bons resultados, 46,8% dos empresários pretendem investir em estratégias para ampliar as vendas. “Eles apostarão principalmente em propagandas, promoções e liquidações, diversidade do mix de produtos e atendimento diferenciado. Estas estratégias são de suma importância para alavancar as vendas e fidelizar potenciais clientes”, destaca Gabriela Martins

Tais medidas, que representam uma oportunidade de encontrar produtos com preços mais baixos, devem ser tomadas no momento mais favorável para as vendas. O que, segundo 91,1% dos empresários, será nos dias mais próximos à data. O tíquete médio esperado para este ano é de R$ 70,00 até R$ 200,00, mesmo valor obtido na pesquisa de 2021.

Vendas maiores

A Betina Modas é uma das mais tradicionais lojas de roupas femininas de Belo Horizonte. Há mais de 55 anos no mercado, é do tempo em que tais estabelecimentos eram chamados de boutiques e ditavam a moda na Capital. Andrea Farah é da terceira geração de proprietários da empresa, que tem hoje duas unidades, uma na Savassi e outra no Centro.

Ambas lojas de rua, elas já estão com suas vitrines adesivadas para o Dia dos Namorados, mas esta não é a única estratégia que Andrea está utilizando para chamar a clientela. A principal, diz a empresária, é reafirmar junto a seus clientes tradicionais a qualidade das roupas que oferece – agora em plataformas mais modernas. “Nós mostramos as novidades no Whatsapp, no Facebook e Instagram, mas muitos maridos de clientes ainda procuram a gente para escolher um presente”, conta Andrea Farah.

Agora que o tempo esfriou, a empresária reforçou o estoque com muitas peças de tricô, além de casacos e blusas de inverno. Ela acredita que o movimento deste ano vai ser maior que o do ano passado, quando a retomada começava a acontecer e encontrou um consumidor mais cauteloso. “Não sei se o movimento vai voltar a ser o de antes da pandemia, mas a gente sempre espera que o cenário melhore”, revela.

E se na Betina os maridos procuram presentes para suas mulheres; na Let’s Sports, de Letícia Novais, são as namoradas e esposas – ou namorados e esposos – que compram lembranças para seus maridos. “O contrário até acontece, mas só quando a namorada é muito fitness”, observa a empresária, que vende roupas e artigos esportivos há dez anos na avenida Silva Lobo.O Dia dos Namorados não chega a ser “um segundo Natal” para sua loja – bom mesmo é o Dia dos Pais -, mas não deixa de ser importante. O tíquete médio, que normalmente gira em torno de R$ 120 na Let’s Sports, chega a R$ 190 no período que antecede o dia dos apaixonados. “O valor das vendas é maior”, aponta Letícia.

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