Economia

Comércio na Capital pode reabrir na próxima semana

Após reunião com PBH, entidades mostraram confiança em retorno de funcionamento
Comércio na Capital pode reabrir na próxima semana
Crédito: Adão de Souza/PBH

Pode ser que bares, restaurantes e demais atividades consideradas não essenciais voltem a funcionar de portas abertas a partir da próxima semana em Belo Horizonte. Após se reunirem com o prefeito Alexandre Kalil (PSD), entidades que representam o comércio acreditam na possibilidade de reabertura da cidade de forma conjunta pelos setores. Para tal, uma proposta de funcionamento de quinta-feira a sábado estaria sendo analisada pela prefeitura.

Procurado, o Executivo disse que se compromete a reabrir o comércio assim que houver redução de internações. Mas, segundo o presidente do Sindicato de Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas-BH), Nadim Donato, a conversa com o prefeito foi positiva e existe a possibilidade da flexibilização.

“Os leitos foram aumentados. A esperança é abrir na próxima semana dentro do nosso pleito de três dias abertos e quatro fechados. Não viemos cobrar, viemos propor e ajudar. Não existe promessa da prefeitura, mas acreditamos na abertura. Essa é uma possibilidade que pode acontecer se os números continuarem caindo”, explicou.

O secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis, que também participou da reunião disse, por meio de nota, que, tão logo os indicadores permitam, a flexibilização será retomada.

“A prioridade do município continua sendo a vida. A prefeitura, mais do que ninguém, quer a retomada do comércio, mas quer fazê-la de forma segura. É muito importante registrar que a medida não trata de culpar o comércio ou qualquer setor econômico pela explosão de casos. Não se trata de fazer o fechamento do comércio pelo fato de identificá-lo como o responsável pelo surto de contaminação. O que fazemos, neste momento, é retirar o máximo de pessoas de circulação tendo em vista que nunca tivemos um contingente tão grande de pessoas contaminadas na cidade”, declarou.

Donato, por sua vez, reconheceu que o fechamento da cidade e o sofrimento do comércio não têm sido em vão e destacou que Belo Horizonte tem apresentado números menores de óbitos por Covid-19 em relação a outras grandes capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro. “São Paulo e Rio de Janeiro vêm numa ascendente e nós estamos em uma curva menor, então deveremos abrir rapidamente”, ressaltou.

Dados do último boletim epidemiológico da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) revelam que a capital mineira soma 2.109 mortes pela doença. Já a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 está em 81,7%, a ocupação dos leitos de enfermaria em 65,9% e o RT, que mede o nível de transmissão, está em 1,03.

Isenção de impostos – Além da reabertura, conforme o dirigente, as entidades também levaram ao prefeito pedidos de redução e isenção de impostos e taxas municipais. Neste sentido, Kalil garantiu que a prefeitura tem feito estudos de revisão tributária. Outra pauta foi específica sobre a cobrança do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) relativo a 2020, cujo vencimento foi adiado pela prefeitura pela terceira vez durante a pandemia para os estabelecimentos que ficaram impedidos de funcionar em grande parte do ano passado.

“Essa isenção é de R$ 150 milhões. Achamos que a prefeitura deve, sim, esse dinheiro ao comércio. É uma forma de a prefeitura ajudar o comerciante, uma forma de ela contribuir financeiramente, e nós iremos até novembro tentar a isenção total. E, se tiver que pagar, principalmente o que foi jogado para dezembro, não vai haver pagamento. O lojista não tem como pagar, ele está com dificuldade de cumprir folha salarial”, alertou.

O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), José Anchieta da Silva, também classificou a reunião como proveitosa e confirmou que Kalil acenou positivamente para uma abertura nos próximos dias, ainda que não seja uma abertura plena. “O que nós queremos é uma abertura com segurança. Mas os empresários podem ficar tranquilos que, em alguma medida, a abertura está a caminho”, anunciou.

Bares e restaurantes – Já o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Sindbares), Paulo César Pedrosa, enfatizou que, quando o comércio for autorizado a abrir, os bares e restaurantes também serão.

“Bares, restaurantes e lojas vão funcionar juntos, vamos trabalhar juntos. No dia em que o prefeito autorizar os lojistas, vai autorizar também bares e restaurantes. Se vai ser com bebida alcoólica ou não, a prefeitura, por meio dos seus secretários, é que vai definir”, disse.

Pedrosa citou ainda que, durante a reunião, as entidades foram informadas que a liminar que determinava reabertura dos serviços não essenciais em Belo Horizonte a partir de 29 de janeiro foi cassada. A Justiça havia concedido na segunda-feira (18) a liminar que determinava a suspensão do decreto da prefeitura. O pedido havia sido feito pelo deputado estadual Bruno Engler (PRTB). “Judicializar não é o melhor caminho. O melhor é o do diálogo e do equilíbrio”, comentou o presidente do Sindbares.

Já o presidente da ACMinas criticou quem recorreu à Justiça. “A ideia da judicialização é a pior de todas, é colocar mais um ator na operação, que efetivamente não fala a linguagem dos empresários e das autoridades do Executivo. Qualquer pedido judicial, com certeza, obrigaria o Poder Judiciário a analisar a coisa do ponto de vista da ciência e do ponto de vista da empresa, e isso quem sabe fazer somos nós, empresários e autoridades do Executivo”, concluiu.

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