Comércio na Capital tem crescimento de 4,63% no primeiro semestre

O comércio da capital mineira fechou o primeiro semestre com alta de 4,63% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e fazem parte da pesquisa Termômetro de Vendas. Os setores que apresentaram melhor desempenho no acumulado entre janeiro e junho, ante igual intervalo de 2020, foram vestuário e calçados com 12,66%.
Segundo o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, o que impulsionou os resultados no primeiro semestre deste ano foi a demanda reprimida, aliada à experiência adquirida nas vendas on-line no ano passado.
“O início da pandemia do coronavírus foi assustador para todo mundo e o varejo não soube o que fazer quando fechou as portas, ficando praticamente parado. No início deste ano, tivemos o começo da vacinação, um novo pico da pandemia, mas também a volta gradativa das atividades. Começamos com as vendas do Dia das Mães com vendas muito boas, a comemoração dos namorados com vendas significativas. Durante esse período os varejistas aliaram as vendas on-line nos períodos fechados, pois já tinham o conhecimento melhor da dinâmica com os clientes e a volta da venda presencial”, detalha o presidente.
Marcelo de Souza e Silva esclarece que o segmento de calçados e vestuário cresceu nas vendas no varejo devido à capital mineira ser reconhecida como polo da moda e ter esses setores como peças-chave. “Esse segmento em Belo Horizonte é muito forte. Além disso, estávamos com uma demanda reprimida, quando, em abril, voltou a movimentação nas empresas, que começaram a receber seus funcionários, as lojas de acessórios, roupas e calçados recuperaram a demanda. E foi o comércio mais procurado no Dia das Mães e Namorados”, explicou.
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Além do setor da moda, outros setores também tiveram resultados positivos como o de artigos diversos que um inclui caça, pesca e cutelaria, óticas, material esportivo, brinquedos e instrumentos musicais (9,12%), drogarias e cosméticos (8,69%), material elétrico e de construção (8,26%), supermercados (2,61%), informática (2,21%) e veículos e peças (1,27%). Já os segmentos de papelaria e livrarias recuaram 7,53% e os de eletrodomésticos e móveis, 6,21%.
“A retomada do varejo foi iniciada, mas o ambiente econômico do País como um todo precisa de mais segurança, reformas estruturais, sem incertezas fiscais e políticas. Só assim será possível alavancar o investimento produtivo e, de fato, ter um crescimento sustentável”, analisa Marcelo de Souza e Silva.
Comércio da capital cresce 3,15% em junho de 2021
No comparativo anual – junho de 2021 / junho 2020 -, o varejo da capital apresentou crescimento de 3,15%. De acordo com o levantamento, os meses de abril e maio representaram os aumentos mais significativos, com 7,83% e 7,25%, respectivamente. Ainda segundo a pesquisa, a ampliação da vacinação, a queda do desemprego e a reabertura das atividades impulsionaram o crescimento.
Neste período, o setor de vestuário e calçados novamente liderou o crescimento, com 8,17%. Em seguida aparecem os seguintes setores: artigos diversos (7,73%), papelarias e livrarias (4,33%), materiais elétrico e de construção (2,64%), drogarias e cosméticos (2,17%), informática (2,15%) e veículos e peças (1,56%). Os setores de eletrodomésticos e móveis (-1,62%) e supermercados (-0,03%) foram os que apresentaram queda.
Na análise comparativa mensal, o mês de junho apresentou retração de 0,72% em relação a maio. Esta queda aconteceu após dois meses seguidos de altas nas vendas. A explicação se deve ao fato de o Dia das Mães ser uma data comercialmente mais forte que o Dia dos Namorados.
Nessa base de comparação, os setores que apresentaram crescimento foram: material elétrico e de construção (0,85%), papelarias e livrarias (0,8%), artigos diversos (0,72%), eletrodomésticos e móveis (0,49%), informática (0,43%), vestuário e calçados (0,27%) e veículos e peças (0,19%). Apresentaram queda os seguintes setores: drogarias e cosméticos (-1,6%) e supermercados (-1,09%).
Inadimplência
O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, avalia que o comércio varejista está preocupado com a questão de consumo das famílias. Ainda de acordo com Silva, a inadimplência está alta e apesar dos bons resultados no primeiro semestre, as vendas seguem em ritmo lento.
“O que percebemos é que a pandemia trouxe uma diminuição na renda das famílias. Houve perda de emprego e o pilar das famílias agora passou a ser gerido por uma pessoa da família, o que fez as pessoas consumirem menos. As famílias, de modo geral, estão endividadas. A economia precisa girar e, para isso, as pessoas precisam ter acesso ao crédito, recuperarem o emprego e a economia do País melhorar”, pontua.
Apesar dessa incerteza econômica, a CDL/BH aposta em um segundo semestre ainda mais positivo para o setor do varejo em Belo Horizonte. “Apostamos na Black Friday e no Natal para somarmos bons resultados. Além disso, comemoramos o pagamento integral ao funcionalismo do governo do Estado. São R$ 800 milhões na folha de ativos e inativos de valores que circulam no comércio e no serviço da Capital”,acrescenta Marcelo de Souza e Silva.
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