Comércio se prepara para a Black Friday

Levantamento divulgado ontem pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) aponta que 27,5% dos comerciantes no Estado vão apostar em ações na Black Friday. A maior parte do empresariado que irá aderir ao evento está otimista em relação às vendas.
“A principal estratégia adotada pelos empresários, durante a Black Friday 2022, para atrair consumidores e aquecer as vendas é a realização de descontos”, afirma a economista da Fecomércio MG, Gabriela Martins.
Dos comerciantes que irão aderir à Black Friday, 71,93% vão aplicar descontos. Desses estabelecimentos, 27,35% aplicarão descontos superiores a 45% do valor dos produtos e 15,65% dos empresários, esperam que, com as ações do período, haja também um aumento superior a 50% no volume de vendas.
De acordo com a economista da entidade, os comerciantes deverão investir também em divulgação (10,53%), visibilidade da loja (9,65%), propaganda (8,77%) e em uma maior variedade de marcas e produtos (4,39%), além de ampliar o horário de funcionamento e oferecer brindes e kits de produto.
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“Traçar boas ações para o período é de suma importância para o sucesso nas vendas. A Black Friday tem se tornado uma oportunidade para que os consumidores antecipem suas compras de Natal, aproveitando os descontos expressivos no período. Os empresários do comércio podem aproveitar esse comportamento para intensificar as vendas e fortalecer sua presença no mercado”, pontua.
Entre os segmentos com maior adesão está o de móveis e eletrodomésticos (61,90%), tecido, vestuário e calçados (53,41%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (40%).
De acordo com Gabriela Martins, “apesar das boas expectativas para a data, fatores como a crise econômica e o baixo fluxo do comércio (22,37%), o ano eleitoral (11,18%), o desemprego e a falta de dinheiro (9,21%) foram apontados pelos empresários como um dos motivos que podem impactar, de forma negativa, as vendas no período”.
Cautela com os descontos
”A dica para os comerciantes é que eles se atentem a porcentagem de desconto aplicada nos produtos, de forma a não comprometer substancialmente o seu lucro, tornando as promoções algo negativo para seu fluxo de caixa”, ensina. Além disso, “é importante se atentar aos níveis de estoque, buscando sempre um montante ótimo que consiga suprir a demanda esperada para a Black Friday mas que não comprometa muito do seu capital de giro”, acrescenta a economista.
A data é realizada, tradicionalmente, na última sexta-feira do mês de novembro. Neste ano, a data ocorrerá no dia 25 de novembro, cinco dias após o início dos jogos da Copa do Mundo (20 de novembro), e um mês antes do Natal (25 de dezembro).
Não se mexe em time vencedor
Sobre a possibilidade de haver mudanças de estratégias buscando maior assertividade, em relação ao ano anterior, Gabriela Martins é enfática ao afirmar que não ocorreram mudanças significativas nas estratégias dos empresários em comparação com os anos anteriores. Para ela, as ações que deverão ser realizadas no período compõem uma boa estratégia para atrair o consumidor e alavancar as vendas. “Falando de maneira popular, não se mexe em time que está ganhando, e essa é a essência das estratégias de venda.Obviamente que a inovação e o aumento da competitividade são também de extrema importância para o comércio e não podem ficar de fora das ações escolhidas”, diz.
Para Gabriela Martins, uma das vantagens do período é possibilitar a movimentação de diversos setores do comércio e gerar uma maior integração dos ambientes físicos e on-line das lojas. “Não à toa, neste ano, 28,13% das lojas físicas atuarão na data, ao passo que 18,49% das lojas on-line irão realizar ações para o período”, afirma.
Cenário preocupa, mas otimismo é por resultados
No entanto, apesar de todas as ações implementadas por comerciantes, lojistas e suas instituições representativas no sentido de emplacar seus negócios, a economista prevê que, para 22,37% das empresas um dos motivos que poderão impactar as vendas, de forma negativa, é a crise econômica, ligada diretamente à inflação elevada, e ao baixo fluxo de pessoas no comércio. “Sabemos que, para 3,29% dos lojistas, o endividamento do consumidor aparece como um agravante, mas apesar desse cenário, esperamos que as vendas da Black Friday entreguem um resultado positivo para o comércio e movimente as economias mineira e nacional”, observa.
Gabriela Martins afirma que, mesmo com um cenário ainda preocupante, as pessoas buscam consumir durante esse período, aproveitando as promoções vantajosas para adiantar um pouco das compras de Natal e, neste ano em especial, para suprir alguma demanda que ainda esteja reprimida devido aos meses mais críticos da pandemia Covid-19. “Apesar da pandemia e da recente introdução da data no comércio varejista brasileiro, que chegou no país em 2010, a Black Friday vem tomando força, ano a ano, no cenário nacional”, conclui.
A pesquisa foi realizada entre os dias 21 e 31 de outubro de 2022. Foram avaliadas 400 empresas, sendo pelo menos 38 em cada região de planejamento: (Alto Paranaíba, Central, Centro-Oeste, Jequitinhonha-Mucuri, Zona da Mata, Noroeste, Norte, Rio Doce, Sul de Minas e Triângulo).
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