Economia

Comércio sinaliza melhora no 2º semestre

Termômetro de Vendas da CDL/BH aponta crescimento de 1,05% em setembro na comparação com agosto
Comércio sinaliza melhora no 2º semestre
Apesar da queda em dezembro, Estado ainda teve melhor resultado que a média nacional | Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

A pesquisa Termômetro de Venda, realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e divulgada ontem (30), apontou um crescimento de 1,05% das vendas no setor varejista em setembro deste ano. Os principais impulsionadores para esse resultado positivo foram a entrada de capital na economia e a queda do índice de desemprego na Capital.

A pesquisa revelou que medidas adotadas pelo governo federal, como a redução do ICMS dos combustíveis e o  Auxílio Brasil, também estão ligadas à alta de vendas. A economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, também destacou o aumento da renda das pessoas e, consequentemente, essa maior entrada de capital na economia, além da queda do desemprego e da inflação como fatores que ajudaram a impulsionar as vendas. 

Já o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, explicou que setembro é um mês de reorganização financeira, com o início de campanhas de renegociação de crédito visando o último trimestre do ano. “Com a retomada do poder de compra das famílias, a tendência é que o consumo aumente e gere crescimento do varejo”, relata o presidente.

Os segmentos que se destacaram e apresentaram os melhores desempenhos, na comparação com agosto, foram:  papelarias e livrarias (3,91%), veículos e peças (2,55%); drogarias e cosméticos (2,24%); supermercados (2,16%); informática (1,75%); vestuário e calçados (1,01%), além de artigos diversos (0,53%) –  esse último inclui brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo, bicicletas e instrumentos musicais. 

A economista da CDL/BH conta que um dos motivos pelo qual esses segmentos tiveram melhores resultados é o fato deles não demandarem crédito. O alto custo do crédito foi o que levou o segmento eletrodomésticos e móveis a recuar 2,09%.

2022 x 2021

O varejo obteve um crescimento de 1%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Para Souza e Silva, o controle da pandemia e a retomada da economia contribuíram para o aumento do consumo; e mesmo com uma base de comparação fraca-  setembro de 2021-, é correto dizer que a atividade econômica tem crescido. “O mês de setembro absorveu os resultados das medidas de redução de ICMS e Auxílio Brasil”, explica Souza e Silva.

Já no acumulado de 12 meses, o comércio de Belo Horizonte alcançou um crescimento de 0,72%. Os principais destaques foram os seguintes: papelaria e livrarias (8,16%); vestuário e calçados (3,05%); drogarias e cosméticos (2,71%);  artigos diversos (1,38%); supermercados (1,26%); veículos e peças (0,79%) e informática (0,66%). Já os segmentos de eletrodomésticos e móveis (-2,91%) e material elétrico e de construção (-1,32%), apresentaram os resultados mais baixos no período. A principal explicação é a alta taxa de juros.

Além da retomada econômica, a pesquisa também mostra que a geração de empregos em Belo Horizonte teve um papel importante nos resultados do comércio em setembro. O índice no mês chegou a 6.945 postos de empregos, mantendo a sequência positiva que já dura desde fevereiro deste ano.

Ana Paula Bastos diz que esses resultados obtidos pelo comércio estão dentro do previsto pela CDL/BH. A economista conta que o setor está passando por um processo de recuperação e começa a tomar fôlego depois de uma sequência negativa e com uma base de queda e, portanto, deve apresentar um desempenho melhor neste Natal.

Para o presidente da entidade, o comércio varejista da Capital mineira dá sinais de recuperação e que é necessário destacar que essa retomada vem após dois anos de muitas perdas e dificuldades. “O setor de comércio e serviços corresponde a 72% do PIB de nossa cidade, a cada R$ 100 de nossas riquezas, R$ 72 são gerados pelo comércio. Por isso, todo avanço é positivo”, destaca Souza e Silva.

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