Comércio varejista cai 1% em Minas Gerais

Após surpreender em janeiro com um crescimento de 8,3% em meio à pandemia da Covid-19, o volume de vendas do comércio varejista mineiro apresentou retração de 1% em fevereiro, na série com ajuste sazonal.
O dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e analisado como uma acomodação dos indicadores pela supervisora de pesquisa econômica da entidade, Claudia Pinelli. A esse fator, aponta ela, também se acrescenta o movimento maior de fechamento das atividades por conta da intensificação dos números relacionados à doença.
Apesar do recuo e de o número em Minas Gerais ter sido menor do que a média nacional em fevereiro (0,6%), ainda é possível notar avanços do comércio do Estado em outras bases de comparação.
Conforme os dados divulgados pelo IBGE, na comparação com fevereiro do ano passado, houve um incremento de 0,4% no setor. O número, aliás, é maior do que o observado no País (-3,8%).
No acumulado de janeiro e fevereiro em relação a igual período de 2020, o avanço do comércio de Minas Gerais foi de 6,2%, enquanto a média nacional ficou negativa (-2,1%). Já quando se analisa o acumulado nos últimos 12 meses, a alta no Estado foi de 4,3%, período em que o crescimento do comércio no Brasil foi 0,4%.
Diante desse cenário, Claudia Pinelli salienta que, apesar de todas as imposições ao setor por conta do agravamento da pandemia da Covid-19, o comércio mineiro vem conseguindo superar diversos desafios. Um dos fatores que contribuíram para isso, aponta ela, foram as vendas on-line.
Mesmo assim, por mais que alternativas estejam sendo pensadas, os números ainda estão sob risco de caírem mais, segundo Claudia Pinelli. A queda, porém, poderá não ser tão forte justamente por causa das outras formas de comercialização que vêm sendo intensificadas.
“É um momento de muita incerteza, com aumento das restrições, que foram mais fortes em março”, salienta ela.
Setores
Os dados do IBGE revelam ainda quais foram os segmentos do comércio mineiro que mais apresentaram crescimento em fevereiro na comparação com igual período do ano passado.
Os avanços mais significativos foram justamente aqueles relacionados à saúde e a produtos de uso doméstico, com incremento de 16,1% em artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosmético e de 8,9% em móveis e eletrodomésticos.
A tendência de alta desses dois setores também é verificada na variação acumulada em 12 meses. Nesse caso, eles apresentaram incremento de 14,6% e 3,5%, respectivamente.
No comércio varejista ampliado, em fevereiro na comparação com igual período de 2020, houve alta no segmento de veículos, motocicletas, partes e peças (4,8%) e no segmento de material de construção (22,4%).
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