Comércio varejista de Minas Gerais cresce 4% em agosto
O volume de vendas no comércio varejista de Minas Gerais avançou 4% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O resultado segue na contramão do apresentado no Brasil, que recuou 0,2%. É o que revela a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O analista de Informações Estatísticas e Geográficas do IBGE em Minas, Daniel Dutra, ressalta que as atividades ligadas ao setor de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (9,5%) foram as que mais impulsionaram o resultado do Estado no mês, com uma contribuição de 4,7 pontos percentuais (p.p.). A queda da inflação e o aumento da renda média familiar foram os principais fatores que beneficiaram o segmento neste ano.
De acordo com os dados do levantamento, cinco das oito atividades investigadas tiveram desempenho superior ao registrado em agosto de 2022. O segmento de equipamentos e materiais de escritório apresentou a maior elevação no comparativo, com alta de 38,6%. Já as atividades de livros, jornais, revistas e papelaria (-27,7%) e combustíveis e lubrificantes (-17,0%) foram as que mais recuaram em relação a agosto do ano anterior.
O varejo mineiro também apresentou resultado positivo frente a julho deste ano, com alta de 0,6%. Este é o sétimo mês em que o setor registra crescimento em 2023. Dutra afirma que essa série de resultados positivos demonstram a boa fase do comércio em Minas, até mesmo em comparação ao restante do País.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
“Não é um indicador muito grande, mas o comércio é assim, ele anda um pouco mais devagar que outros setores. Isso porque ele tem uma ou outra coisa que pode influenciar mais os resultados, o principal é a inflação, enquanto os serviços contam com diversos fatores”, explica o analista.
Em 2023, o setor já acumula alta de 2,9% na PMC. O comércio de eletrodomésticos foi o que registrou o melhor desempenho, com variação positiva de 12,4% nos oito primeiros meses do ano. Já o grupo de outros artigos de uso pessoal e doméstico (-13,6%) fechou o ano com a queda mais acentuada.
Já no acumulado do ano, o comércio varejista de Minas Gerais cresceu 3%. Com destaque para o segmento de combustíveis e lubrificantes, que apresentou avanço 19,7% no período. Por outro lado, o grupo de outros artigos de uso pessoal e doméstico registrou o pior desempenho dentre as atividades analisadas, com recuo de 14,3%.
Resultados positivos para o setor varejista mineiro
O Boletim Econômico do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) divulgado nesta quarta-feira (18), baseado nos resultados publicados pelo IBGE, revelou que o volume de serviços e de vendas no varejo aumentou 9% no Estado. O resultado é superior ao do Brasil, que fechou em 4,1%.
O economista-chefe do BDMG, Izak Carlos da Silva, explica que o principal fator que motivou esse crescimento no Estado foi o bom desempenho do setor de turismo, com alta de 17,6% nos primeiros oito meses do ano. “As atividades turísticas refletem o represamento da demanda de antes do período pandêmico, quando as famílias ficaram muito em casa”, pontua.
A liderança de Minas no crescimento das atividades turísticas também contribuiu para o crescimento das atividades de comércio e de serviços. A performance desse segmento em Minas Gerais é corroborada pela demanda resiliente dos setores mais dependentes da renda, puxada pelo bom desempenho da atividade econômica do Estado.
Ouça a rádio de Minas
