Economia

Comércio varejista mineiro está mais cauteloso neste primeiro semestre

Comércio varejista mineiro está mais cauteloso neste primeiro semestre
Neste ano, mais consumidores planejam comprar materiais novos | Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo Diário do Comércio

Os empresários do setor de comércio varejista de Minas Gerais estão mais cautelosos neste primeiro semestre de 2023. É o que aponta a pesquisa de Expectativa de Vendas, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG). O levantamento revelou que 44,1% das empresas varejistas acreditam que as vendas neste primeiro semestre serão menores que no segundo de 2022.

Embora o cenário econômico ainda não esteja favorável, outros 42,1% dos empresários do setor acreditam que este primeiro semestre será melhor que o segundo de 2022; outros 13,9% não souberam ou não quiseram responder. Os segmentos que apresentaram as melhores expectativas para o período foram: Livros, jornais, revistas e papelaria (80%) e Joias, óticas e artigos recreativos (62,5%).

O otimismo característico do comerciante mineiro é apontado como o principal motivador para aqueles que têm uma expectativa positiva para este semestre (52,8). A economista da Fecomércio-MG, Gabriela Martins, conta que outro motivador foi a percepção de aquecimento do comércio (14,2%), além da diminuição do nível de desemprego e as transferências de renda realizadas pelo governo federal.  “As pessoas estão tendo mais acesso à renda e, com isso, elas estão comprando mais”, explica.

Os fatores apontados pelo levantamento como os que podem impulsionar as vendas nos estabelecimentos varejistas são: o arrefecimento da pandemia; a normalização da atividade econômica e do fluxo de pessoas nos centros urbanos, além de um cenário conjuntural mais positivo, se comparado com o mesmo período do ano passado.

A economista explica que o primeiro semestre do ano é marcado por datas importantes para o varejo, como a Páscoa e o Dia das Mães. “Dessa forma, planejar e inovar se tornam estratégias essenciais para atrair novos consumidores e fidelizar os clientes”, analisa.

Dentre os empresários entrevistados, 27,2% afirmaram que realizarão promoções neste primeiro semestre de 2023; enquanto 26% investirão em divulgação e propaganda e 4,7% apostaram em um atendimento diferenciado.

A pesquisa mostrou que 53,9% dos estabelecimentos são influenciados por essas datas comemorativas que ocorrem neste período do ano, com o Dia das Mães sendo a data com o maior número de comércios impactados positivamente. Desses, 53,8% esperam que as vendas neste semestre possam ser melhores que nos primeiros seis meses de 2022.

Contratações e investimentos

Quanto à possibilidade desse otimismo dos empresários resultarem em contratações e investimentos, a economista da Fecomércio-MG afirma que esse clima positivo é um ótimo termômetro para possíveis investimentos em novos materiais, na expansão de lojas e dos estoques, no investimento em novas tecnologias e também em contratações.

Possíveis empecilhos

O estudo também mostrou que 45,3% dos empresários entrevistados acreditam que o atual momento político pode ser um fator que dificulte o crescimento das vendas nos primeiros seis meses deste ano. Já 18,4% apontaram para os preços altos dos produtos; 13,1% o endividamento do consumidor e outros 10,8%, o momento econômico do país.

Gabriela Martins destaca que a taxa de juros pode ser prejudicial às vendas, principalmente, dos bens duráveis que demandam mais crédito, impossibilitando o financiamento e as compras a prazo. Ela também lembra que com os juros mais elevados os empresários tendem a investir menos no capital produtivo e mais em poupança e demais investimentos de mercado.

A economista também explica que o endividamento elevado é uma preocupação menor se comparada à inadimplência, pois no caso de uma pessoa endividada, ela continua tendo acesso ao crédito. Isso não é necessariamente ruim, pois o uso do crédito significa que as pessoas estão consumindo e isso faz girar toda a economia”, destaca. Já no caso da inadimplência elevada, o consumidor sofre uma restrição de crédito, e assim, fica impossibilitado de consumir, gerando um impacto negativo para o comércio.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas