Economia

Como funciona a política de preços da Petrobras?

Desde 2016, a estatal brasileira adotava o Preço de Paridade de Importação (PPI), mas, em maio de 2023, a companhia revogou a fórmula
Atualizado em 3 de abril de 2024 • 12:01
Como funciona a política de preços da Petrobras?
Mudança encerrou subordinação obrigatória ao preço de paridade de importação adotada desde 2016 | Crédito: Alessandro Carvalho/Diário do Comércio

A cada anúncio de aumento dos preços de combustíveis no País, especialmente da gasolina, uma enxurrada de questionamentos vem à tona. Entre eles, qual o percentual de álcool na gasolina? Quanto custa um barril de petróleo? Qual a cotação do dólar? E, claro, como funciona a política de preços da Petrobras?

Desde 2016, a estatal brasileira adotava o Preço de Paridade de Importação (PPI), que, na prática, a levava a acompanhar as cotações internacionais tanto do petróleo quanto do dólar para definir os preços de seus produtos no mercado nacional. Em maio de 2023, a companhia revogou essa fórmula.

Veja como era antes e o que mudou desde então.

Como era antes?

Durante o governo de Michel Temer (MDB), em 2016, foi adotada a subordinação obrigatória ao preço de paridade de importação.

Essa política levava em conta dois fatores:

  • a paridade com o mercado internacional, incluindo custos como frete de navios, custos internos de transporte e taxas portuárias
  • e uma margem para remunerar riscos inerentes à operação, como, por exemplo, a volatilidade da taxa de câmbio e dos preços sobre estadias em portos e lucro, além de tributos.

Naquela época, a diretoria executiva da Petrobras decidiu que a estatal não praticaria preços abaixo da paridade internacional.

A principal diferença em relação ao que ocorria até então era o prazo para os ajustes em relação ao mercado internacional. Esta política previa avaliações para revisões de preços pelo menos uma vez por mês. Por esse motivo, eram frequentes os anúncios de manutenção, redução ou aumento nos preços praticados nas refinarias.

A necessidade de ajustes nos valores era definida pelo Grupo Executivo de Mercados e Preços, formado pelo presidente da empresa, o diretor de Refino e Gás Natural e o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores.

O que mudou na política de preços da Petrobras?

As decisões sobre os preços continuam sendo subordinadas ao Grupo Executivo de Mercado e Preço, composto pelo presidente da empresa, Jean Paul Prates, pelo diretor-executivo de Logística, Comercialização e Mercados e pelo diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores. Isso quer dizer que a petroleira busca competitividade em relação ao mercado internacional.

De acordo com a companhia, a precificação competitiva mantém um patamar de preço que garante a realização de investimentos previstos no Planejamento Estratégico da companhia. Para tanto, os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio.

Qual a estratégia da Petrobras para a atual política de preços?

Em primeiro lugar, a nova estratégia comercial da Petrobras para a política de preços de diesel e gasolina comercializados por suas refinarias usa duas referências: o custo alternativo do cliente como prioridade e o valor marginal para a companhia.

Segundo a empresa, o custo alternativo do cliente contempla alternativas de suprimento por fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos. Já o custo marginal da Petrobras se baseia no custo das diversas alternativas para a empresa, entre elas a produção, importação e exportação do produto.

As premissas ainda levam em conta preços competitivos por polo de venda, a participação da Petrobras em cada mercado e região, a otimização de seus ativos de refino e rentabilidade sustentável.

Como são divulgados os ajustes nos preços de combustíveis?

Os ajustes de preços de diesel e gasolina são divulgados nos canais de comunicação aos clientes e no site da Petrobras.

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