Economia

Competitividade das MPEs do setor de bebidas em MG está ameaçada

Competitividade das MPEs do setor de bebidas em MG está ameaçada
Em Minas Gerais, das 40 existentes no fim dos anos 90, sobraram 15 fábricas do ramo - Crédito: Divulgação

A competitividade das pequenas e médias empresas de refrigerantes está comprometida há anos no País. Esse é o alerta do presidente da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), Fernando de Bairros.

A situação ganhou ainda mais ênfase depois de o Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ter aprovado em primeiro turno, na última quarta-feira (20), o Projeto de Lei (PL) 1.014/19, do governador Romeu Zema (Novo), que prevê a prorrogação até o ano de 2025 da cobrança adicional de 2% no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre itens supérfluos, o que afeta a indústria de bebidas.

Para o presidente da Afrebras, a medida pode ser bastante prejudicial para as pequenas e médias empresas do segmento no Estado. Fernando de Bairros defende que, para ter a neutralidade tributária, a secretaria da Fazenda deveria se mostrar mais transparente em relação à divulgação dos incentivos fiscais que são dados a grandes companhias do setor.

No entanto, o cenário é grave há muito tempo, de acordo com o presidente da Afrebras. Ele diz que no fim dos anos 90, havia 850 fábricas da área em todo o Brasil. O número baixou para 238. Em Minas, das 40 existentes no fim dos anos 90, sobraram 15.

O impacto também ocorre, conforme Bairros, por causa dos incentivos fiscais à Zona Franca de Manaus (ZFM). O não pagamento de alguns impostos por parte dessas companhias, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), além de comprometer o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), ainda interfere diretamente na competitividade das empresas, diz ele.

Tributação mais elevada – Diante desse cenário, o presidente da Afrebras afirma que o que as pequenas e médias empresas do setor querem é igualdade. “Atualmente, em Minas, temos uma tributação de cerca de 28% para uma pequena empresa e de 24% para uma grande em relação ao ICMS”, afirma.

Bairros acrescenta que a tendência é de que as pequenas e médias empresas do segmento fiquem sem capital de giro e sem condições de criar produtos. “E os pequenos fabricantes são muito importantes para as regiões onde estão instalados, gerando bastante emprego e renda nesses locais”, avalia.

Por fim, o presidente da Afrebras também destacou que, caso esse quadro permaneça, o mercado de bebidas pode mudar muito, de maneira negativa, para o consumidor. “A partir do momento que cessa a concorrência, o preço dos grandes players sobe. As pessoas vão ficar reféns de poucas fábricas”, diz.

O DIÁRIO DO COMÉRCIO entrou em contato com a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais pedindo um posicionamento acerca dos questionamentos de Bairros e para que o órgão falasse mais sobre a situação da carga tributária do Estado para o segmento. No entanto, não obteve retorno até o fechamento desta edição.

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