Complexo de Serra do Salitre recebe licença para iniciar operações

O Complexo Mineroindustrial de Serra do Salitre recebeu a licença operacional do Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam). A permissão era a última que a suíça EuroChem precisava para iniciar as atividades das plantas químicas de ácido sulfúrico e de ácido fosfórico, fundamentais para a produção de fertilizantes. A implantação do projeto está 95% concluída e a previsão é que as operações no local comecem entre fevereiro e março de 2024.
Recentemente, o Serra de Salitre, localizado no município de mesmo nome, na região do Alto Paranaíba, obteve o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). O sistema de combate a incêndio da planta já está funcionando, bem como a parte de utilidades do complexo. Todos os maquinários também foram entregues e a etapa de comissionamento está em andamento.
O empreendimento da EuroChem recebeu aportes da ordem de US$ 1 bilhão. Essa será a primeira unidade de mineração do grupo fora do continente europeu. A empresa possui outras quatro minas, além de nove plantas químicas com capacidade de produzir 20 milhões de toneladas de fertilizantes por ano.
A expectativa é alta diante do projeto no Estado. O complexo de Salitre, quando entrar em operação plena, estimado para 2025, produzirá 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano. A partir do início das atividades no primeiro trimestre do próximo exercício, haverá um processo de rump-up na planta, período em que a produção aumenta gradualmente. No primeiro ano de funcionamento, a ideia é alcançar a marca de cerca de 500 mil toneladas produzidas.
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100% da produção do empreendimento será destinada ao mercado brasileiro
O Serra de Salitre pretende contribuir com a redução da dependência da agricultura brasileira à importação de fertilizantes. Hoje, o Brasil importa algo em torno de 85% do insumo consumido no País, sendo os principais exportadores a Rússia, China, Marrocos, Canadá e Estados Unidos.
O diretor-presidente da EuroChem na América do Sul, Gustavo Horbach, diz que a produção do empreendimento será exclusiva para o mercado nacional. Logo, a empresa espera diminuir 15% das importações brasileiras de fertilizantes fosfatados ao atingir sua capacidade produtiva total.
“Isso significa mais recolhimento de impostos para o País, mais competitividade para o agricultor, porque terão acesso mais rápido (ao insumo) e com margens melhores, e sem dúvida nenhuma mostra que o Brasil tem, como está descrito no Plano Nacional de Fertilizantes, mirado na autossuficiência desse insumo estratégico para o mercado agro, que representa 28% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro atualmente”, destacou o executivo.
Desenvolvimento de Serra do Salitre
Conforme Horbach, 3 mil pessoas, entre empregados diretos e terceirizados, estão trabalhando no complexo, o que inclui obras e atividades operacionais. Segundo ele, quando apenas a operação estiver funcionando, a estimativa é ter 1,3 mil, 900 colaboradores próprios e 400 de terceiros.
A EuroChem projeta beneficiar à população de Serra de Salitre e desenvolver o município com o empreendimento. O diretor-presidente da EuroChem para a América do Sul ressalta que a companhia realizou, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), um curso para qualificar os moradores da região, predominante dominada pela agricultura.
Esse movimento, segundo ele, vai mudar o perfil de emprego da cidade, concedendo vagas mais estruturadas e aumentando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região. Além disso, Horbach diz que 40% de um total de mais de mil pessoas participantes do curso foram mulheres, e que a participação feminina no complexo será de cerca de 30%, um benchmarking para o País.
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