Compra de ativo de terras-raras em Araxá pela St. George é aprovada

A mineradora australiana St. George Mining anunciou que obteve a aprovação unânime de seus acionistas para a compra do ativo Araxá, um projeto planejado de mina e planta de extração de nióbio e terras-raras com potencial de desenvolvimento na cidade do Alto Paranaíba. A companhia também informou a formação do seu corpo executivo no País para tocar o projeto.
Agora, a empresa australiana irá finalizar os trâmites para a conclusão da transação. A americana Itafos Inc., produtora de fosfato e fertilizantes especiais, receberá US$ 21 milhões pela venda, além de ações que totalizam 10% do capital social da compradora.
De acordo com os termos do contrato, os títulos ordinários serão emitidos após o fechamento da operação, previsto para ocorrer em novembro. Os pagamentos em dinheiro serão divididos da seguinte forma: US$ 10 milhões no fechamento da operação, US$ 6 milhões nove meses após e US$ 5 milhões 18 meses depois.
O ativo Araxá está localizado em área adjacente à operação da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), empresa mineira e líder do mercado de nióbio, respondendo por cerca de 80% da produção mundial. Ele também está próximo à mina de fosfato da americana Mosaic Company, uma das maiores produtoras de fertilizantes fosfatados e potássio do mundo.
Informações da atual proprietária – a Itafos – indicam que a área de concessão do projeto cobre cerca de 226 hectares, com reservas totais de 700 mil toneladas de óxido de nióbio e 8,7 milhões de toneladas de óxidos de terras-raras.
Essas reservas ainda vão passar por um processo de confirmação da St. George Mining, pela metodologia internacional JORC, previsto para ser finalizado no primeiro semestre do próximo ano.
O empreendimento poderá ter uma capacidade inicial de produção de 5 mil toneladas de óxido de nióbio por ano e de 15 mil toneladas de óxidos de terras-raras.
“Estamos muito satisfeitos com o apoio dos acionistas para a aquisição do Projeto Araxá”, disse o presidente executivo do conselho da St George Mining, John Prineas, em comunicado ao mercado.
Ele aponta que o projeto está localizado no polo mundial para a produção de nióbio e representa uma plataforma para tornar a companhia australiana uma participante global no mercado de nióbio. “Essa é uma excelente oportunidade para criar valor para os acionistas no longo prazo. Estamos ansiosos para iniciar os trabalhos”, diz.
Corpo executivo do Projeto Araxá
A St George Mining formou uma equipe de executivos para a execução do Projeto Araxá. Entre eles, está o ex-ministro de Minas e Energia e ex-secretário do Ministério da Economia durante o governo Bolsonaro, Adolfo Sachsida, que assume o cargo de assessor da diretoria.
O novo diretor de ESG e desenvolvimento técnico, Thiago Amaral, engenheiro com 17 anos de experiência na Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), espera que o projeto contribua diretamente para o desenvolvimento local de Araxá e do Estado.
“A St George tem o propósito de atuar no desenvolvimento de materiais sustentáveis que contribuam para os desafios atuais, como a transição da matriz energética, necessária para o enfrentamento da crise climática”, ressalta.
Outro engenheiro com experiência de 24 anos na CBMM, Adriano Rios, será consultor de operações de mineração do Projeto Araxá. Ele já foi diretor da Comipa, uma joint venture entre a CBMM e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). A equipe contará também com os geólogos Wanderly Basso e Cauê Araujo, no cargo de diretor de Desenvolvimento Corporativo, ex-CEO da Oceana Lithium.
Ouça a rádio de Minas