Economia

Cinco a cada dez consumidores pretendem ir às compras para a Páscoa

Na pesquisa da Fecomércio, tíquete médio que deverá ser gasto pelo belo-horizontino é de R$ 144,36; já pesquisa da CDL prevê R$ 74
Cinco a cada dez consumidores pretendem ir às compras para a Páscoa
Crédito: Alisson J Silva

Pesquisa realizada pelo Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio-MG revela que cinco a cada dez consumidores pretendem ir às compras para a Páscoa este ano. De acordo com o estudo, divulgado nesta quinta-feira (14), 50,5% dos entrevistados possuem a intenção de presentear na data comemorativa.

Outros 42,4% não demonstram interesse em ir às compras e deram estas principais justificativas para isso:

  • falta de costume de presentear (28%),
  • não ter a quem presentear (19,4%)
  • não ter dinheiro (18,9%)
  • está endividado (13,8%)
  • está desempregado (11,2%)
  • preço alto dos produtos (8,7%).

Um parcela de 7,1% não respondeu ou disse que ainda não sabe.

A pesquisa revela ainda que os itens que devem contabilizar maiores saídas são os doces e os chocolates (87%), com a seguinte preferência:

  • Ovos de Páscoa industrializados (49,3%)
  • Chocolate, em geral, industrializado (27,1%)
  • Ovos de Páscoa artesanais (16,3%)
  • Chocolates, em geral, artesanais (3,2%)

Os filhos são os maiores presenteados para a maioria dos entrevistados (36%), seguidos de namorado(a) ou esposo(a), com 21%, e netos (15%).

Para o economista da Fecomércio, Gilson Machado, a pesquisa traz “insights valiosos” e uma oportunidade para os empresários do comércio varejistas elevarem as suas vendas com a Páscoa.

“A melhora do ambiente econômico frente ao mesmo período do último ano contribui para a intenção de compra da data na capital mineira”, analisa.

Intenção do consumidor é gastar mais de R$ 140

Dentre os belo-horizontinos entrevistados, 98% revelaram quanto pretendem gastar na Páscoa e o tíquete médio ficou em R$ 144,36.

A forma de pagamento para mais de 80% será na modalidade à vista, com maior predominância para o débito (29%), crédito à vista (23%) e o Pix (15%). Já para 19,5% dos consumidores, a forma de pagamento será o cartão de crédito parcelado.

Comodidade fortalece negócios de bairro

De acordo com Gilson Machado, os consumidores estão cada vez mais em busca de comodidade e praticidade ao realizar suas compras, evitando deslocamentos para os grandes hipercentros.

Prova são os os números da pesquisa que revelam que a maioria das compras devem ocorrer em lojas próximas à vizinhança (27%), seguido de lojas de shopping (25%), supermercado/hipermercado (23,7%), lojas do hipercentro (12%) e internet (3%).

“A escolha do local de compra ocorre devido à busca por uma melhor utilização do tempo, comprando próximo às suas residências, e devido à expansão do comércio ao longo da cidade”, destaca Machado.

Artigos religiosos e viagens

A Páscoa é uma data comemorativa religiosa, desta forma, 7,1% dos consumidores manifestaram a intenção de comprar artigos relacionados ao momento.

Além disso, como a sexta-feira da Paixão é um feriado nacional, 14% dos entrevistados vão aproveitar o período para viajar, com a finalidade de lazer/descanso (55,2%), visitar amigos e/ou familiares (36,2%) ou até mesmo para trabalhar (8,6%).

Lojistas destacam consumo de peixes e frutos do mar

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) também realizou uma sondagem, divulgada nesta quinta-feira (14), porém apenas com os comerciantes especializados em chocolates e confeitaria. Na sondagem da CDL, as barras e as trufas aparecem com o percentual de 40,7% dos itens doces com maior saída. Na sequência aparecem as barras de chocolate industrializadas, com 24%. Os ovos artesanais correspondem a 18,7% e os industrializados a 16,7%.

“A Páscoa é a primeira data comemorativa do ano em que as famílias se reúnem para celebrar e almoçar. Como, geralmente, são famílias numerosas, comprar muitos ovos de chocolate pode pesar no orçamento, já que os ovos estão mais caros, por isso, muitos optam por bombons e barras”, avalia o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

Dentre os itens mais citados pelos lojistas, apareceram também peixes e frutos do mar. Entretanto, o presidente ressalta que “o ovo tem um significado tradicional e fraterno e para muitos, especialmente para famílias com crianças, ele não sairá da lista”, comenta.

Mais pessimistas que os consumidores, se comparado com a pesquisa da Fecomércio MG, na visão dos lojistas, os clientes vão investir R$ 37 por produto. Como a expectativa é que sejam adquiridos, em média, dois itens, o tíquete médio na visão deles deverá ser de R$ 74. Praticamente a metade do da Fecomércio, que ficou em R$ 144 por parte dos consumidores.

Apesar do tíquete médio menor, o levantamento mostra que 38% dos comerciantes esperam que as vendas sejam melhores ou muito melhores que as do ano anterior. Já 43,3% acreditam que será igual.

“Isso significa que o varejo, a cada data comemorativa, recupera um pouco mais sua confiança e estabilidade, ainda que as formas de consumo tenham mudado bastante”, analisa o presidente da CDL/BH. Dos entrevistados, 16% disseram que as vendas poderão ser piores que em 2023 e 2,7%, muito pior.

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