Economia

Uso do concreto promete aumentar durabilidade de rodovias e expandir indústria do cimento

Pavimentação de concreto deve ganhar espaço em Minas Gerais, beneficiando toda a cadeia produtiva do cimento
Uso do concreto promete aumentar durabilidade de rodovias e expandir indústria do cimento
De acordo com a ABCP, rodovias pavimentadas com concreto são projetadas para um período de 20 anos, o dobro do asfalto | Crédito: ETAJOE / sotck.adobe.com

O uso do pavimento de concreto deve ser ampliado nas rodovias pelo País, saltando de 4,5% para 10% da malha nacional nos próximos anos. Em Minas Gerais, o conceito ganha espaço como uma alternativa viável em termos de sustentabilidade e otimização de recursos, já que possui potencial de ampliar a vida útil das rodovias de 20 para 30 anos.

O assunto foi discutido em um seminário promovido no último dia 29 pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) em parceria com Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais (DER-MG) e Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra). O encontro reuniu especialistas e autoridades para discussão de soluções que utilizam o concreto para restauração e expansão das rodovias.

Na ocasião, foi firmado ainda um acordo de cooperação técnica e científica entre as três instituições. O objetivo visa desenvolver projetos inovadores, capacitação profissional e aprimoramento tecnológico no uso do cimento na infraestrutura rodoviária.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), Paulo Camillo Penna, a pavimentação a partir do concreto, além mais sustentável e econômica, promete impulsionar a cadeia produtiva do cimento. “Minas possui a segunda maior malha viária do Brasil em vias duplicadas e representa um quarto da produção brasileira de cimento. Nunca tivemos uma oportunidade tão clara”, destaca.

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O Estado é o maior produtor de cimento do País, com oito grupos industriais, que somam 15 fábricas (13 integradas e duas moagens). Juntas, as unidades fabris empregam 25 mil pessoas de forma direta e indireta, com produção de aproximadamente 20 milhões de toneladas no ano passado. Do total, 50% da produção de Minas Gerais é vendida para fora do Estado.

Além de rodovias, outro potencial destacado é o desenvolvimento de projetos de pavimento em concreto em estradas de menor fluxo, como ruas e avenidas. A expansão permitirá que municípios adotem soluções de maior durabilidade e com menor frequência de manutenção, reduzindo custos a longo prazo.

Segundo o dirigente, a indústria do cimento tem potencial de comercialização de 1.100 toneladas de cimento por quilômetro (km) para rodovias greenfield (construídas do zero) e 800 toneladas por km em projetos whitetopping, utilizando o pavimento existente como base.

Também presente no seminário, o secretário de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias, Pedro Bruno Barros de Souza, reforça que a cooperação entre as instituições surge em um momento oportuno para a infraestrutura estadual, que projeta aportes públicos e privados de mais de R$ 100 bilhões nos próximos sete anos. “Estamos aqui fortalecendo parcerias, para avançarmos com inovação com foco em melhorar a qualidade das nossas estradas”, acrescenta.

O secretário reforça que o Estado segue intensificando o programa de concessões para acelerar obras de duplicação e recapeamento das vias. A expectativa, segundo ele, é concretizar cinco leilões de rodovias, dobrando o percentual da malha viária do Estado concedido à iniciativa privada até o final da gestão do governador Romeu Zema.

DER projeta ampliar orçamento no próximo ano

Para o diretor geral do DER/MG, Rodrigo Rodrigues Tavares, a expectativa no próximo ano é de aumento no orçamento para restauração e ampliação da malha rodoviária. “Em 2024, nosso orçamento de R$ 2 bilhões foi majoritariamente investido em conservação e recuperação de estradas. Agora, buscamos ampliar investimentos e retomar o uso do pavimento de concreto para que se torne mais uma alternativa técnica de se projetar uma obra”, detalha.

Atualmente o departamento está com dois projetos de pontes em andamento, nos municípios de São Francisco e Manga, no Norte de Minas Gerais. “São duas pontes de cerca de 1.100 metros: as maiores pontes viabilizadas pelo DER na história. O consumo aproximado será de 35 mil metros cúbicos de cimento para poder tirar do papel dois grandes investimentos que irão transformar a realidade do Norte de Minas”, conclui.

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