Economia

Confiança do comerciante cai em BH, mas expectativa sustenta intenção de contratar

Baixa foi de 5,3 pontos em março, chegando aos 94,8 pontos
Confiança do comerciante cai em BH, mas expectativa sustenta intenção de contratar
Comerciantes vão às compras nas ruas de Belo Horizonte | Foto: Dione AS/Diário do Comércio

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), analisada pelo Núcleo de Pesquisa & Inteligência da Fecomércio MG e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em Belo Horizonte, caiu 5,3 pontos em março, chegando aos 94,8 pontos, abaixo do nível de confiança. Durante todo o ano de 2024 e nos dois primeiros meses de 2025, o Icec registrou nível de confiança, situação que mudou em março deste ano. Apesar da queda na confiança, a intenção de contratar abrange a maior parte dos empresários que seguem com a expectativa positiva, acima dos 100 pontos.

A pesquisa de março, assim como em fevereiro, mostra que os dois grupos de empresários entrevistados na pesquisa – com até 50 empregados e acima desse número de colaboradores – divergem quanto ao nível de confiança. Aqueles acima de 50 empregados mantêm nível de confiança aos 104,7 pontos, enquanto o grupo com menos funcionários está abaixo, aos 94,6 pontos, abaixo do nível de confiança.
Entre os segmentos de bens, apenas o comércio de semiduráveis se mantém em nível de confiança aos 100,3 pontos em março. O comércio de não duráveis marcou 95,6 pontos e de duráveis, 90,9.
Em março, o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec) atingiu 68,0 pontos, 7,1 pontos inferior ao observado no mês anterior (75,1), com as empresas de maior porte registrando menor insatisfação do que aquelas com menos de 50 empregados.

Para 81,3% dos empresários, a condição da economia piorou, muita piora para 45,6% ou pouco para 35,7%, enquanto 15,6% afirmam que melhorou muito, e 3,2% que melhorou pouco.

A economista da Fecomércio MG, Fernanda Gonçalves, enfatiza que a confiança do empresário do comércio apresenta tendência de queda nos últimos meses. “Observamos que a confiança dos empresários do comércio está reduzindo ao longo dos meses. As altas taxas de juros (atualmente, a Selic está em 14,25% a.a) são um dos principais motivos que levam os empresários a reavaliarem seus investimentos. Acrescido a isso, a alta dos preços de produtos essenciais para a logística como os combustíveis, e a inflação dos alimentos, faz com que a população sinta o seu poder de compra reduzido, afetando o consumo e, consequentemente, gera um impacto negativo nas vendas o que, por sua vez, promove um nível de confiança menor”, explica Gonçalves.

Ela faz, porém, a seguinte ressalva: “A expectativa positiva dos empresários em relação às contratações e investimentos promove uma perspectiva de superação econômica, promovida pelo mercado de trabalho aquecido acrescido das datas comemorativas como a Páscoa e o Dia das Mães”, conclui a economista.
Conforme 70,6% dos empresários do comércio, houve piora, maior para 31,7% ou menor para 38,9%, nas condições atuais para o setor.

Sobre as condições atuais da empresa, 56,0% afirmaram que houve piora maior (22,1%) ou menor (34%). A percepção de piora teve crescimento de 5,0 p. p. no mês. A percepção de que as condições da empresa melhoraram foi de 44% entre o empresariado, com percepção de que melhoraram muito para 31,4% e de que melhoraram pouco para 12,6%.

Contratações e nível de investimento

O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) também recuou no mês de março aos 99,0 pontos, nível de insatisfação e abaixo do observado no mês anterior (103,5). Empresas com mais de 50 empregados registram nível de confiança quanto ao investimento com 107,6%, assim como o comércio de semiduráveis e não duráveis que também ficam acima dos 100 pontos.

Todos os portes de empresa e segmentos de comércio registram pontuação acima de 100, nível de confiança para expectativa de contratações. A expectativa é maior entre as empresas de maior porte com 126,8 pontos do que entre as menores, 114,1 pontos. No total, 62,9% dos empresários pretendem aumentar o quadro de funcionários, sendo que 51,2% deles pretendem contratar pouco.

O nível de investimentos está maior para 43,2% das empresas, valor inferior ao observado no mês anterior que era de 45,9%. As empresas com estoques em nível adequado somam 61,4%. Para 23,8%, há excesso de produtos, e para 14,8%, faltam itens.

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