Confiança dos comerciantes de Belo Horizonte cai por dois meses consecutivos

A confiança dos empresários do setor de Comércio em Belo Horizonte apresentou queda em fevereiro, na comparação com o mês anterior. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou sete pontos, fechando o último mês em 101,1 pontos. Apesar da queda, o resultado ainda sinaliza um cenário de otimismo no mercado.
Lembrando que a pontuação do indicador pode variar entre zero e 200 pontos, com o índice 100 demarcando a fronteira entre a avaliação de insatisfação e de satisfação dos empresários do comércio. Portanto, pontuações abaixo deste limite representam uma situação de pessimismo, enquanto resultados acima de 100 pontos significam otimismo.
O estudo realizado pelo Núcleo de Pesquisa & Inteligência da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) demonstra um maior otimismo entre os donos de empresas de menor porte. O indicador marcou 100,1 pontos entre os comerciantes com até 50 funcionários, enquanto o grupo com mais de 50 colaboradores registrou 99,7 pontos no Icec.
Além disso, o segmento de bens semiduráveis foi o que registrou o melhor desempenho no período, com 109,9 pontos na pesquisa, enquanto o grupo dos bens não duráveis fechou o mês de fevereiro com 101,3 pontos. Já o segmento de bens duráveis foi o único a apresentar um cenário de pessimismo, marcando apenas 90 pontos.
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A economista da Fecomércio-MG, Gabriela Martins, aponta que a confiança do empresário do comércio vem apresentando uma tendência de queda nos últimos meses, com uma queda mais acentuada nos dois primeiros meses deste ano. “Notamos que a confiança dos empresários do comércio vem se retraindo ao longo dos meses”, relata.
Segundo ela, essa tendência só foi modificada entre os meses de outubro, novembro e dezembro do ano passado, período do ano chamado de “super trimestre” para o comércio varejista. “Desta forma, é natural que os empresários tenham sua confiança elevada durante o período”, explica.
Gabriela Martins ainda aponta que a alta taxa de juros é um dos principais fatores que fazem com que os empresários repensem os níveis de investimentos. A alta de preços de produtos essenciais para a logística comercial, como os combustíveis, e a desvalorização do real frente ao dólar também influenciaram a percepção dos empresários quanto à situação atual do comércio.
“Essa soma de fatores afeta as expectativas e explica a retração da confiança do empresário do comércio nos últimos meses”, completa.
Percepção e expectativas dos comerciantes de Belo Horizonte

O Icec também é subdividido em outros três indicadores: Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) e Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC).
O indicador que demonstra as percepções dos comerciantes quanto às condições atuais da economia, comércio e das empresas, apresentou queda de 6,6 pontos frente ao resultado verificado em janeiro, fechando o último mês com 75,1 pontos. A maioria (75,5%) dos entrevistados avalia que a economia piorou; 64% dos empresários apontam para uma piora no setor e 65,8% nas empresas.
Já o índice de expectativa encerrou o mês de fevereiro com 121,7 pontos, ou 8,4 pontos abaixo do registrado no mês anterior. Conforme a pesquisa realizada pela Fecomércio-MG, 54,4% dos empresários demonstram otimismo quanto à economia; 67,3% acreditam que haverá melhores resultados no setor e 74,8% estão mais confiantes quanto ao desempenho das empresas nos próximos meses.
O ILIEC registrou 103,5 pontos no mês passado, após recuar 7,1 pontos frente a janeiro. Quanto às expectativas de contratação, a maioria (67,1%) dos empresários demonstra interesse em ampliar o quadro de funcionários e 62,2% relatam que o nível do estoque está dentro do considerado aceitável. Porém, 54,1% dos respondentes afirmam que o nível de investimentos das empresas está abaixo do adequado.
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