Confiança do Comércio recua 2,2 pontos em julho, para 87,1 pontos, afirma FGV

O Índice de Confiança do Comércio (Icom) recuou 2,2 pontos na passagem de junho para julho, para 87,1 pontos, informou nesta quarta-feira (30) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador caiu 0,1 ponto, para 88,4 pontos.
“A confiança do comércio vinha registrando altas nos últimos três meses, aproximando-se dos níveis observados em 2024. No entanto, essa trajetória já dava sinais de desaceleração e agora apresenta queda generalizada em todos os indicadores avaliados. Todos os componentes do índice apresentam resultados abaixo dos 90 pontos, o que indica que, apesar do cenário favorável de renda e emprego, o setor ainda não observa uma recuperação consistente do consumo”, afirma Geórgia Veloso, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV.
Segundo ela, a confiança baixa e disseminada entre todos os tipos de consumo “evidencia que a recuperação do setor não depende de um único fator, mas de uma melhora ampla e sustentada do cenário macroeconômico, que segue desafiador.”
Em julho, houve piora em três dos seis principais segmentos do comércio. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) caiu 2,4 pontos, para 88,2 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-COM) recuou 1,8 ponto, para 86,7 pontos.
A Sondagem do Comércio de julho coletou informações entre os dias 1º e 25 do mês.
Confiança de Serviços cai 1 ponto em julho ante junho, a 89,7 pontos
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 1 ponto na passagem de junho para julho, na série com ajuste sazonal, para 89,7 pontos, menor nível desde maio de 2021, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira (30). Na média móvel trimestral, o índice variou negativamente 0,2 ponto.
“O resultado de julho da confiança de serviços reforça a tendência de desaceleração observada ao longo do ano. Apesar de uma leve melhora na percepção sobre demanda presente, as avaliações sobre a situação atual dos negócios são negativas entre os empresários”, avaliou Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre, em nota oficial.
“Em relação ao futuro, os empresários têm um olhar mais pessimista para o segundo semestre na maioria dos segmentos da pesquisa. A conjuntura macroeconômica é complexa com o aumento da incerteza e uma expectativa geral de desaceleração da atividade. A política monetária segue restritiva com o intuito de evitar futuras pressões de preços e uma mudança de sentimento dos empresários não parece estar próxima”, completou Pacini.
Em julho, o Índice de Situação Atual (ISA-S) cedeu 0,4 ponto, para 92,3 pontos, menor nível desde fevereiro de 2022. O Índice de Expectativas (IE-S) retraiu 1,6 ponto, chegando a 87,2 pontos
Os dois quesitos que compõem o ISA-S variaram em direções opostas: o indicador de volume de demanda atual avançou 0,6 ponto, atingindo 93,3 pontos, enquanto o indicador de situação atual dos negócios deteriorou ao recuar 1,4 ponto, a 91,3 pontos, menor nível desde setembro de 2021.
Pela ótica das expectativas, os dois quesitos do IE-S recuaram: o indicador de demanda prevista nos próximos três meses se retraiu em 0,2 ponto, para 87,9 pontos, enquanto o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses diminuiu 3 pontos, para 86,5 pontos.
Nos últimos meses, os resultados de desaceleração do setor de serviços ficaram mais evidentes na análise setorial. Em médias móveis trimestrais, a confiança de serviços vem caindo de forma difusa entre os segmentos da pesquisa, de acordo com a FGV.
“A desaceleração econômica esperada para o segundo semestre parece já ser observada na confiança do setor de serviços”, disse Pacini.
A edição de julho de 2025 coletou informações de 1.331 empresas entre os dias 1º e 28 deste mês. A próxima divulgação da Sondagem de Serviços ocorrerá em 28 de agosto de 2025.
(Conteúdo distribuído por Estadão)
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