Economia

Confiança do comércio e de serviços cai em janeiro ante dezembro, diz FGV

A confiança do comércio inicia 2025 com sinal de alerta
Confiança do comércio e de serviços cai em janeiro ante dezembro, diz FGV
Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 2,8 pontos na passagem de dezembro para janeiro, para 89,3 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador desceu ao menor nível desde dezembro 2023, quando estava em 88,9 pontos. Em médias móveis trimestrais, o Icom caiu 0,2 ponto em janeiro.

“A confiança do comércio inicia 2025 com sinal de alerta. A nova queda do índice, influenciada pelos indicadores sobre o momento presente indica uma piora na percepção dos empresários sobre a demanda”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Conforme Tobler, o indicador de expectativas, apesar da estabilidade no mês, já vinha em queda, sugerindo que o início desse ano tende a ser diferente do observado em 2024, com desaceleração da atividade. “O cenário de incerteza, especialmente associado ao câmbio, juros e política fiscal, limita as expectativas dos varejistas”, completou.

Em janeiro, houve queda da confiança em três dos seis principais segmentos do setor, puxada pela piora da avaliação sobre o momento presente. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 5,2 pontos em janeiro, para 90,8 pontos, menor nível desde janeiro de 2024. O Índice de Expectativas (IE-COM) encolheu 0,2 ponto, para 88,3 pontos.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Entre os quesitos que compõem o IE-COM, o item que mede as perspectivas de vendas nos próximos três meses subiu 1,9 ponto, para 90,3 pontos, terceira alta consecutiva, enquanto as expectativas sobre a tendência dos negócios nos próximos seis meses diminuíram 2,2 pontos, para 86,7 pontos, patamar mais baixo desde novembro de 2023.

No ISA-COM, o item que avalia o volume de demanda atual teve redução de 4,4 pontos, para 90,6 pontos. As avaliações sobre a situação atual dos negócios caíram 5,9 pontos, para 91,2 pontos, menor patamar desde outubro de 2023.

No mês de janeiro, entre os mais mencionados fatores que estariam limitando a melhoria dos negócios estavam competição no próprio setor e demanda insuficiente.

“Destaca-se que o percentual de empresas que relataram não haver impedimentos cresceu comparado ao último ano. Vem sendo observado um aumento das queixas relacionadas à competição como obstáculo para a melhoria dos negócios, ao passo que aumentaram as queixas relacionadas a outros fatores (especialmente câmbio) com destaque para os segmentos de Veículos, motos e peças e Tecidos e vestuário”, apontou a FGV.

A Sondagem do Comércio de janeiro coletou informações entre os dias 2 e 27 do mês.

Confiança de Serviços

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 2,5 pontos na passagem de dezembro para janeiro, terceira queda consecutiva na série com ajuste sazonal, para 91,8 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o ICS teve redução de 1,3 ponto.

“O primeiro resultado do ano aponta para uma piora da confiança de serviços, refletida pela retração tanto na situação presente quanto nas expectativas futuras. Indício de pessimismo para o setor, com avaliação de piora na demanda dos próximos meses de forma disseminada entre os segmentos. Por outro lado, a percepção sobre a situação atual melhora em algumas atividades, como nos serviços prestados às famílias, que ainda registraram alta de confiança no mês”, avaliou Stéfano Pacini, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Em janeiro, o Índice de Situação Atual (ISA-S) caiu 2,6 pontos, para 94,7 pontos. O Índice de Expectativas (IE-S) teve redução de 2,6 pontos, para 89,0 pontos.

“O cenário macroeconômico de bons resultados em termos de emprego e renda é um fator positivo, mas o alto patamar de taxa de juros e elevada incerteza podem conter a demanda por serviços durante o ano”, completou Pacini.

Os dois componentes da situação atual diminuíram: o item que mede a situação atual dos negócios caiu 2,1 pontos, para 94,9 pontos, enquanto o que avalia o volume da demanda atual encolheu 3,0 pontos, para 94,5 pontos.

Entre as expectativas, a demanda prevista nos próximos três meses caiu 2,4 pontos, para 89,9 pontos, e o item que mede a tendência dos negócios nos próximos seis meses encolheu 2,8 pontos, para 88,1 pontos.

Em médias móveis trimestrais, a tendência é mais negativa para as expectativas do que para a situação atual, “aumentando a distância entre os dois índices”, observou a FGV.

“Desde setembro de 2022, o IE-S se mantém abaixo do nível do ISA-S mostrando que o presente começa a desacelerar de forma mais branda do que a piora das expectativas futuras”, acrescentou Pacini.

A coleta de dados para a edição de janeiro da Sondagem de Serviços foi realizada com 1.308 empresas entre os dias 2 e 28 do mês.

Reportagem distribuída pelo Estadão Conteúdo

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas