Economia

Confiança do comércio volta a cair em fevereiro, após três meses de alta

A queda foi puxada pelo recuo de 5,3 pontos nas perspectivas para os próximos meses
Confiança do comércio volta a cair em fevereiro, após três meses de alta
Já o Índice de Situação Atua subiu 3,4 pontos | Crédito: Alessandro Carvalho / Arquivo / Diário do Comércio

O Índice de Confiança do Comércio (Icom) registrou 89,5 pontos em fevereiro, representando recuo de um ponto frente ao mês anterior. De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) essa é a primeira queda no indicador após três meses de alta.

Considerando as médias móveis trimestrais, o índice subiu pelo terceiro mês consecutivo, agora em 0,4 ponto, para 89,8 pontos. A economista do FGV Ibre, Geórgia Veloso, explica que a queda na confiança do comércio foi influenciada por uma reavaliação nas perspectivas para os próximos meses.

Neste mês, o Índice de Expectativas (IE-COM) reduziu 5,3 pontos, encerrando com 86,3 pontos. O resultado interrompeu uma sequência de duas altas consecutivas. Dentre os quesitos que compõem o indicador, as perspectivas de vendas nos próximos três meses foi o que apresentou maior contribuição para a queda da confiança no mês, ao recuar 5,6 pontos, para 84,9 pontos. Enquanto as expectativas sobre a tendência dos negócios nos próximos seis meses marcaram 88,2 pontos, 4,8 pontos abaixo do registrado em janeiro.

Já o Índice de Situação Atual (ISA-COM) avançou 3,4 pontos e encerrou o mês com 93,3 pontos. Geórgia Veloso destaca que a redução do pessimismo nas avaliações sobre o momento atual sugere um cenário mais favorável, porém modesto, com resultados positivos em relação ao volume de demanda atual.

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Essa elevação no índice teve como principal causador a melhora no indicador que avalia o volume de demanda atual, que subiu 6,3 pontos, para 95 pontos em fevereiro. Trata-se do maior nível do índice desde outubro de 2022 (97,8 pontos). As avaliações sobre a situação atual dos negócios se mantiveram relativamente estáveis, ao variar 0,4 ponto, para 91,7 pontos.

“Para que essa recuperação seja sustentada nos próximos meses é crucial que se mantenham o avanço do mercado de trabalho e da redução do endividamento das famílias. Esses indicadores, diretamente ligados ao consumo, ainda geram incertezas, causando oscilações nas expectativas”, avalia a economista.

Geórgia Veloso

Mesmo com a reversão registrada em fevereiro no ISA-COM, a proporção de empresas que indicava a demanda insuficiente como um fator limitativo para a expansão dos negócios segue relativamente alta, ao registrar 31,4% em médias móveis trimestrais. De acordo com o FGV Ibre, o grupo atingiu 20,7% das empresas nos segmentos de bens essenciais (hiper e supermercados, farmacêuticos e combustíveis), enquanto nos demais bens o percentual é de 36,4%.

“A retomada do mercado de trabalho trouxe benefícios às atividades associadas à renda, ampliando o distanciamento do consumo em relação aos demais bens, que ainda são penalizados por crédito caro e comprometimento da renda familiar”, conclui.

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