Economia

Confiança do consumidor em BH sobe 5,9% em dezembro, mas segue em nível pessimista

Índice alcança 41,34 pontos, impulsionado por 13º salário e inflação mais baixa, aponta Ipead
Atualizado em 22 de dezembro de 2025 • 20:31
Confiança do consumidor em BH sobe 5,9% em dezembro, mas segue em nível pessimista
Foto: Diário do Comércio Alessandro Carvalho

O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC-BH) de dezembro mostrou uma melhora de 5,9% em relação ao mês anterior, chegando a 41,34 pontos. O único ponto que apresentou recuo no período foi o que avalia a Situação Econômica do País, que caiu 4,38% e cuja queda pode estar mais ligada à questão política do que econômica.

É o que avalia o gerente de pesquisas do Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), responsável pela pesquisa, Eduardo Antunes. Segundo ele, em dezembro não houve nenhum grande impacto na economia, apenas alguns indicadores oscilando em função do dólar, o que “pode contaminar a opinião das pessoas”.

“Em dezembro é comum essa melhora. Principalmente por causa da pretensão de compras, a inflação também está bem menor do que no ano passado e isso acaba influenciando bastante. Tem ainda a injeção do 13º salário, que dá uma sensação de orçamento melhor para as famílias. Todos esses fatores acabam contribuindo para a melhora observada no mês”, afirma.


Outro índice que apresentou bons resultados no mês foi o emprego (10,1%). No segundo e terceiro trimestre deste ano, o desemprego ficou em 5,6%, o menor valor da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As outras três categorias que formam o índice são: Inflação (7,83%), Situação Financeira da Família Atual (5,73%), Situação Financeira da Família em Relação ao Passado (5,16%). Todas apresentaram melhora na visão dos consumidores.

Quanto ao ICC-BH, mesmo com a alta mensal, o resultado ficou abaixo do apurado no ano anterior, quando haviam sido registrados 43,61 pontos. E aqui vale lembrar que a marcação de 50 pontos é a diferença entre um cenário com consumidores pessimistas e otimistas.

Entre os segmentos de bens e serviços que os consumidores mais planejam adquirir nos próximos três meses, o setor de vestuário e calçados lidera entre 20,26% dos entrevistados. Antunes atribui o bom desempenho ao fato de ser um grupo bastante citado por mulheres e homens. Em seguida, aparece o setor de informática e telefonia, mencionado por 8,81% das pessoas.

“Ao olhar para outras categorias, além do vestuário, a gente percebe uma movimentação diferenciada entre homens e mulheres. Os homens têm maior interesse em veículo e informática e as mulheres em turismo, móveis e coisas relacionadas a casa”, ressalta.

Com forte dominância entre os homens, 8,37% manifestaram desejo de comprar bens relacionados a veículos, como peças e outros itens. Entre as mulheres, os setores de turismo, móveis e moradia foram mencionados respectivamente por 8,37%, 7,05% e 5,73% dos entrevistados.

A última vez que o belo-horizontino registrou otimismo em relação a confiança sobre consumo foi em janeiro de 2013, há quase 13 anos. O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte reúne a perspectiva de consumidores em relação a diversos pontos da economia que afetam as decisões de curto, médio e longo prazo dos moradores da capital mineira.

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