Confiança do consumidor cai no País e sinaliza piora nas expectativas de fim de ano

O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), caiu 3,8 pontos em outubro, frente ao mês anterior. O indicador atingiu o menor nível desde junho deste ano, época em que foi registrado 93,2 pontos.
De acordo com os dados, esse declínio é ainda mais evidente na análise de médias móveis trimestrais, com o índice cedendo 0,5 ponto, após seis meses de crescimento, e alcançando 95,7 pontos. Para a economista Anna Carolina Gouveia, do FGV IBRE, o recuo ocorre devido à piora nas expectativas para os próximos meses e a uma estagnação na situação atual.
“Após quatro meses de altas consecutivas, a confiança dos consumidores recuou, influenciada pela piora das expectativas para os próximos meses e acomodação em relação a situação atual. Em outubro, o resultado negativo se apresenta disseminado em todas as variáveis, classes de renda e capitais, o que acende um sinal de alerta”, diz a economista. “A calibragem das expectativas, passando o índice da zona de otimismo para a zona de neutralidade, pode estar relacionada com a desaceleração dos setores econômicos e, talvez, uma preocupação com a continuidade da resiliência do mercado de trabalho, fator importante na recuperação da confiança dos consumidores”, avalia Gouveia.
Queda da confiança pode se refletir no final do ano
A queda na confiança também reflete tanto as avaliações sobre o momento atual quanto as expectativas em relação aos próximos meses. O Índice da Situação Atual (ISA) apresentou queda de 0,7 ponto, chegando a 82,5 pontos, após quatro altas consecutivas. Enquanto o Índice de Expectativas (IE) registrou queda de 5,8 pontos, atingindo 100,9 pontos.
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Dentre os componentes do ICC, o indicador que mede o otimismo em relação à situação econômica futura foi o que mais influenciou a piora da confiança, com queda de 6,0 pontos, alcançando 111,2 pontos, o menor nível desde novembro de 2022. Também foi observada piora nos demais indicadores: o índice que mede as perspectivas para as finanças familiares recuou 5,5 pontos, para 96,9 pontos, o menor nível desde março deste ano. Já o ímpeto de compras de bens duráveis, que vinha acumulando altas nos últimos quatro meses, registrou queda de 4,8 pontos, chegando a 94,7 pontos
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