Economia

Confiança da indústria em Minas Gerais aumenta em setembro

Melhora em indicadores econômicos, como o consumo das famílias, vem influenciando o otimismo do setor no Estado
Confiança da indústria em Minas Gerais aumenta em setembro
Foto: José Paulo Lacerda / CNI

A melhora na percepção dos empresários sobre a situação atual da economia e de seus negócios, bem como o maior otimismo para os próximos seis meses, contribuiu para elevar a confiança do industrial mineiro em setembro, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (18) pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Além disso, o consumo elevado das famílias vem mantendo a confiança dos empresários em patamar positivo.

Esses fatores fizeram com que o Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (Icei-MG) registrasse aumento de 1,3 ponto em relação a agosto (50,7 pontos), chegando a 52 pontos em setembro. Com esse resultado, os industriais do Estado mostraram-se confiantes pelo 20º mês seguido, já que o indicador permaneceu acima dos 50 pontos, que separa a falta de confiança da confiança.

Apesar do avanço mensal, o indicador calculado pela Fiemg apresentou queda, considerada leve, de 0,2 ponto frente a setembro do ano passado (52,2 pontos) e ficou 0,7 ponto abaixo da sua média histórica, de 52,7 pontos.

O melhor resultado do ano, até o momento, foi verificado em março, quando o Icei-MG chegou a 53 pontos. “Durante o ano, o indicador tem oscilado, ficando um pouco acima dos 50 pontos”, observa a economista da entidade, Daniela Muniz.

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O indicador mineiro ficou abaixo do nacional. No País, o Icei aumentou 1,6 ponto na comparação com agosto (51,7 pontos) e alcançou 53,3 pontos no nono mês de 2024, o que mostra uma confiança mais intensa e disseminada entre os industriais brasileiros.

O aumento do emprego em Minas, conforme mostra os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), colaborou para a manutenção da confiança da indústria de Minas Gerais, segundo a economista da Fiemg, já que impacta positivamente no consumo.  “O aumento do salário mínimo e os reajustes salariais de muitas categorias acima da inflação neste ano e os programas do governo de transferência de renda também ajudaram no desempenho positivo da confiança”, diz.

Dados do Caged mostram que nos primeiros sete meses de 2024 o Estado criou 173,3 mil empregos com carteira assinada, o maior volume para esse intervalo desde 2021 (239,7 mil) – o montante também superou o resultado de todo o ano de 2023 (138,2 mil). Entre as unidades da Federação, Minas Gerais foi o segundo que mais gerou vagas, atrás de São Paulo (441,1 mil).

Daniela Muniz observa que, a despeito de dados positivos da economia, como aumento do emprego e da renda, que contribuem para a elevação do consumo, o industrial mineiro segue confiante, mas com cautela. As incertezas quanto à trajetória das finanças públicas e da taxa básica de juros da economia (Selic), além da pressão cambial, continuam limitando uma recuperação mais forte da confiança empresarial, que permanece em patamar baixo.

Composição do índice de confiança

A economista da Fiemg explica que o Icei-MG é calculado a partir da ponderação dos índices de condições atuais e de expectativas, que variam de zero a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos refletem percepção positiva da situação atual em relação aos seis meses anteriores e otimismo para os próximos seis meses.

No caso do componente de condições atuais houve crescimento de 2,6 pontos de agosto (45,6 pontos) para setembro (48,2 pontos), marcando a segunda elevação consecutiva do indicador. O índice mostrou relativa estabilidade em relação a setembro de 2023 (48,1 pontos).

Com relação ao componente de expectativas foi verificado avanço de 0,7 ponto na comparação com agosto (53,2 pontos) e alcançou 53,9 pontos em setembro, o que reflete uma visão mais otimista para os próximos seis meses. No entanto, frente a setembro de 2023 (54,3 pontos), o índice apresentou uma redução de 0,4 ponto.

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