Economia

Confiança das indústrias mineiras cai pelo terceiro mês

Perda de ritmo da economia no País afetou o indicador
Confiança das indústrias mineiras cai pelo terceiro mês
Indicador de condições atuais da indústria recuou para 48,4 pontos em dezembro, aponta a Fiemg | Crédito: Reprodução/Stanley

O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (Icei-MG) chegou a 49,7 pontos em dezembro, voltando a mostrar falta de confiança dos empresários, ao ficar abaixo dos 50 pontos, após 28 meses acima desse patamar. O resultado indica queda de 2,7 pontos frente a novembro (52,4 pontos) e representa o terceiro recuo seguido neste tipo de comparação, refletindo a avaliação dos industriais de piora no cenário atual e a moderação do otimismo para os próximos seis meses.

O resultado advém de uma série de fatores culminantes da desaceleração da atividade no Brasil e nas principais economias globais. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Icei ficou 3,2 pontos abaixo da sua média histórica mensal (52,9 pontos) e foi 7 pontos inferior ao apurado em dezembro de 2021 (56,7 pontos), sendo o menor para o mês em seis anos.

O indicador resulta da ponderação dos índices de condições atuais e de expectativas, que variam de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam percepção de situação atual melhor e expectativa positiva para os próximos seis meses, respectivamente.

Para a analista da gerência de Estudos Econômicos da Fiemg, Daniela Muniz, a perda da força do efeito de normalização da economia pós-pandemia contribuiu para a piora das condições atuais. E para as expectativas, que se aproximou dos 50 pontos, mas ainda manteve a perspectiva otimista, mesmo que em menor intensidade, contaram vários fatores, como as incertezas da política econômica a ser adotada pelo novo governo, bem como o arcabouço fiscal que vigorará no País.

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“Os dois puxaram para baixo, mas o que pesou mais foi o componente de condições atuais. Os resultados refletem a desaceleração da atividade econômica e também as incertezas do futuro. A inflação continua elevada, mesmo que em processo de arrefecimento, o crédito está mais caro e escasso, e a desaceleração global continua pesando sobre as commodities e pressionando setores exportadores”, explica.

Condições atuais pesam no otimismo da indústria

De maneira detalhada, o componente de condições atuais recuou 5,6 pontos ante novembro (54 pontos) e marcou 48,4 pontos neste mês. Com a retração, o indicador voltou a ficar abaixo dos 50 pontos, indicando que os empresários perceberam piora na situação atual das economias do País e do Estado, bem como dos seus negócios. Na comparação com dezembro de 2021 (50 pontos), o índice decresceu 1,6 ponto, e foi o mais baixo para o mês em seis anos.

O componente de expectativas, por sua vez, diminuiu pela terceira vez consecutiva e registrou 50,4 pontos em dezembro. Com o recuo, o indicador ficou bem próximo dos 50 pontos, mostrando perspectivas menos otimistas para os próximos seis meses. O indicador reduziu 1,2 ponto em relação a novembro (51,6 pontos) e 9,7 pontos frente a dezembro de 2021 (60,1 pontos), sendo o menor para o mês em seis anos.

“Enquanto houver incertezas, a tendência é que os empresários fiquem cautelosos e a confiança diminua. Devemos esperar para ver o que o novo governo vai colocar como prioridade para a pauta do ano que vem para saber como ficará o nível de otimismo. Algumas coisas já estão se esclarecendo em um movimento que causa maior tranquilidade no mercado e a tendência é que os empresários se posicionem melhor no decorrer do ano que vem”, avalia.

Análise por porte de empresa

De maneira geral, o levantamento da Fiemg sinalizou perspectivas positivas junto a empresas de médio e grande portes e negativas para as pequenas. Nas condições atuais, todos os portes apresentaram pessimismo em relação à situação do Estado e do País. Já quanto à própria empresa, as percepções mostraram-se mais favoráveis para as de médio porte.

Já o componente de expectativas para os próximos seis meses também sinalizou perspectivas positivas junto a empresas de médio e grande portes e negativas para as pequenas. Todos os tipos de empresas representadas indicaram pessimismo quanto ao futuro da economia brasileira e apenas as de grande porte mostraram-se otimistas quanto ao futuro da economia mineira. Sobre seus próprios negócios, apenas as pequenas indicaram pessimismo.

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