Economia

Confiança de empresários recua em outubro

Indicador, porém, ainda mostra o setor otimista no Estado mesmo com momento de incertezas atual da economia
Confiança de empresários recua em outubro
A indústria de Minas Gerais, apesar da menor confiança, ainda se coloca propensa a fazer investimentos na atividade | Crédito: Alexandre Mota/Reuters

A confiança dos industriais mineiros recuou para 61,5 pontos em outubro. O número representa uma diminuição de 1,4 ponto frente a setembro, quando o indicador foi de 62,9 pontos. As informações são do Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg)

A avaliação, apesar de representar uma retração na situação atual, não altera a condição de confiança. O indicador apurou que, pelo 27º mês consecutivo, os empresários mineiros seguem otimistas com a economia e seus negócios, com resultado acima de 50 pontos. No entanto, paira no ar um cenário de incertezas em razão do cenário político nacional.

“Houve essa queda da confiança, mas ela está dentro de um patamar bem elevado. O indicador, apesar de ter recuado, mostra que o empresariado permanece com otimismo, embora numa menor intensidade. Ele permanece otimista, está acima dos 50 pontos, que é o limite entre a falta de confiança e a confiança”, argumenta a economista da Fiemg, Daniela Muniz.

Segundo a especialista, o empresário mineiro, mesmo com a menor confiança, ainda se mostra propenso a fazer investimentos e ampliações produtivas. “Existe uma cautela por parte dos empresários. Isso se dá pela necessidade em se avaliar os próximos meses”, enfatiza.

“A apreensão quanto às disputas eleitorais, as dúvidas com relação ao curso da economia após as eleições e a perspectiva de desaceleração econômica mundial explicam a redução do otimismo dos industriais mineiros. Por outro lado, temos uma retomada da economia em um contexto de menor pressão inflacionária e de melhora do mercado de trabalho. Temos ainda uma melhora no gargalo de abastecimento dos produtos. Ou seja, tudo isso vem explicando a manutenção da confiança em patamar elevado”, elenca Muniz.

Segundo os dados apurados pela pesquisa, o resultado de outubro está 8,6 pontos acima da sua média histórica mensal, cravada em 52,9 pontos. Esse mesmo saldo é 3,4 pontos superior ao apurado em outubro de 2021, época quando foi registrado 58,1 pontos. 

Dentro deste cenário, o componente de condições atuais cresceu 0,7 ponto ante setembro, com 58 pontos, chegando a 58,7 pontos em outubro. O mesmo indicador identificou que os empresários notaram uma melhora na situação atual das economias do País e de Minas, bem como de suas operações. O saldo ficou 6,3 pontos acima do verificado em outubro de 2021, que registrou 52,4 pontos e foi o mais elevado para o mês desde o início da série histórica mensal, iniciada em 2010.

Já quanto aos componentes de expectativas para os próximos seis meses, a confiança da indústria recuou 2,4 pontos frente a setembro, com os seus 65,3 pontos, e marcou 62,9 pontos em outubro. Na comparação com outubro de 2021, quando obteve 60,9 pontos, o índice avançou 2 pontos.

“É claro que fatores como a pandemia e até mesmo a própria guerra entre a Rússia e a Ucrânia têm afetado a indústria. Mas hoje o empresário está bem mais confiante. Está totalmente normalizado? Não está. Estão 100% com todos os insumos que ele precisa? Não estão. No entanto, esses fatores estão bem melhores do que registramos durante a pandemia. Importante compreender que já vem ocorrendo uma desaceleração global mediante às políticas adotadas. E, com o aumento dos juros, a tendência da economia é de ter essa desaceleração, ficando mais fragilizada”, avalia a economista.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas