Confiança do comércio de BH segue positiva em março

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de Belo Horizonte chegou a 105,5 pontos em março deste ano. O resultado foi 0,4 ponto menor na comparação com o mês anterior (105,9 pontos), desempenho considerado estável. Frente ao mesmo período do ano anterior, observa-se uma redução de 3,7 pontos (109,2 pontos).
Os dados analisados pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), com base nos dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), foram divulgados nessa quarta-feira (3).
O indicador quantitativo da confiança do comércio de Belo Horizonte varia de zero a 200 pontos. O índice 100 demarca a fronteira entre a avaliação de insatisfação e de satisfação dos empresários do comércio: abaixo de 100 pontos diz respeito à situação de pessimismo, enquanto acima de 100 encontra-se a situação de otimismo.
O economista-chefe da Fecomércio MG, Stefan D’Amato, destaca que os empresários que lideram organizações com mais de 50 funcionários demonstram uma confiança maior (107,3 pontos) em março deste ano em Belo Horizonte, enquanto os que possuem até 50 funcionários a pontuação chegou a 105,4.
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“Neste cenário, empreendedores do ramo de bens duráveis demonstram um aumento notável em sua confiança, alcançando 102,5 pontos e consolidando assim a estabilidade neste setor. Enquanto isso, empresários ligados aos bens semiduráveis mantêm um nível excepcional de confiança desde setembro do ano anterior, consistentemente superando outros segmentos do mercado”, analisa.
Apesar do cenário econômico positivo, com inflação sob controle e juros mais baixos, o especialista explica que são várias a variáveis que impactam na confiança do empresário do comércio, que trabalha com diversos produtos e custos distintos. “Existe receio, por exemplo, com a regulamentação da reforma tributária e com as questões fiscais do País”, observa.
O Icec é subdividido em outros três indicadores: Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (Ieec) e Índice de Investimento do Empresário do Comércio (Iiec).
Presente
O Icaec atingiu o valor de 82,1 pontos no terceiro mês de 2024, 3,2 pontos inferior ao observado no mês anterior (85,3 pontos), com empresas de maior porte (mais de 50 empregados) apresentando maior satisfação com as condições atuais da economia para o comércio.
Esse índice avalia, por meio da percepção do empresário, a evolução das condições atuais da economia do País, do setor e das empresas, além do momento atual dos empresários. O indicador mostra a percepção dos empresários do setor no presente.
O levantamento mostrou que para a maioria dos empresários do comércio da Capital, a condição atual da economia piorou (67,5%). Esse percentual é maior para os empresários de empresas de menor porte, com menos de 50 funcionários (67,6%).
D’Amato explica que a discrepância nas percepções entre empresários de diferentes portes em relação às condições do setor e à situação econômica nacional pode ser atribuída à disparidade no acesso a recursos e à solidez financeira. Ele observa que empresas de maior porte desfrutam de uma posição mais segura, o que possibilita enfrentar desafios com maior confiança e aproveitar as vantagens das economias de escala.
Já as empresas menores, conforme ele, frequentemente lidam com restrições de recursos e têm acesso limitado a crédito, tornando-as mais suscetíveis às incertezas econômicas e, consequentemente, refletindo sua insatisfação com as condições comerciais e econômicas gerais. “Estes fatores econômicos influenciam as estratégias de negócios e as perspectivas de cada grupo, impactando sua confiança no ambiente de negócios e na situação econômica nacional”, diz.
Expectativa do comércio de BH superou resultado de fevereiro, segundo indicador de confiança
O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (Ieec), que faz parte do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de Belo Horizonte, fechou em 134,9 pontos em março deste ano. O desempenho foi superior ao observado no mês anterior (131,9 pontos), sendo que as empresas de menor porte, com até de 50 empregados, mostraram-se mais otimistas do que as de maior porte.
O índice contempla as expectativas dos empresários por meio do que eles esperam para a economia brasileira, para o comércio e para seus estabelecimentos. Assim como o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), o Ieec delimita as impressões que os empresários do setor possuem, mas em relação ao futuro.
Em outra análise feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (Iiec) teve desempenho 1,2 ponto inferior em março frente fevereiro, com 99,4 pontos.
Esse índice contempla o planejamento para o quadro de funcionários, planos de melhorias e a situação dos estoques das empresas, traçando uma estimativa para o nível de investimento desses negócios.
O levantamento da Fecomércio MG mostra que entre os empresários, 58,6% pretendem aumentar o quadro de funcionários. Entre as empresas de menor porte (com menos de 50 empregados), 58,6% têm a intenção de aumentar o número de funcionários.
No que se refere aos estoques, 62,4% das empresas estão em nível adequado e para 23,3% há com excesso de produto. A minoria (14,3%) informou que faltam itens.
O economista-chefe da Fecomércio MG, Stefan D’Amato, destaca que, embora haja sinais de melhorias nas condições atuais dos empresários, com um aumento nas expectativas em relação ao futuro, a persistente queda no indicador de investimento indica um cenário de incerteza e cautela por parte dos empreendedores.
“A tendência negativa, que já dura seis meses consecutivos, sugere que os empresários estão relutantes em realizar investimentos significativos devido a uma combinação de fatores, incluindo preocupações com as incertezas políticas, devido ao ano eleitoral, e mudanças nas preferências do consumidor, devido a ampliação dos canais de compra”, observa.
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