Confiança da indústria de MG cai diante de incertezas
Cada vez mais a confiança dos empresários da indústria mineira tem diminuído. A retração ocorre em meio às incertezas provocadas pela pandemia de Covid-19 e os fechamentos dos serviços não essenciais no Estado.
Em março, na comparação com fevereiro, o Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (ICEI) apresentou queda de 5,1 pontos, passando de 59,8 pontos para 54,7 pontos. Os dados foram divulgados pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
A gerente de economia da entidade, Daniela Muniz, destaca que a queda verificada neste mês foi algo representativo. Entretanto, lembra, os números ainda permanecem acima dos 50 pontos – limite entre a confiança e a falta dela.
“Houve uma queda expressiva, mas apesar disso, o resultado continua superior aos 50 pontos. Isso sinaliza que os industriais estão confiantes pelo oitavo mês consecutivo”, afirma.
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O ICEI é o resultado da ponderação entre os índices de expectativas e de condições atuais, que variam de 0 a 100 pontos. Neste mês, todos os dois apresentaram queda em relação a fevereiro.
A baixa no componente de condições atuais já pode ser vista pela terceira vez consecutiva. Em março (49,7 pontos), o recuo foi de quatro pontos frente a fevereiro (53,7 pontos).
Piora da percepção na indústria mineira
O resultado abaixo da linha dos 50 pontos mostra que os industriais perceberam uma piora das economias mineira e brasileira. O índice foi o menor para o mês em um período de quatro anos e caiu 5,2 pontos quando comparado a igual período do ano passado (54,9 pontos).
“Essa queda pode ser atribuída à intensificação da pandemia. Além disso, nós não temos ainda programas do governo de auxílio às empresas e às famílias. Também vem havendo aumento das pressões inflacionárias”, diz Daniela Muniz.
A queda no componente de expectativas para os próximos seis meses, por sua vez, foi de 5,7 pontos em março (57,2 pontos) frente a fevereiro (62,9 pontos). A retração em relação ao mesmo período do ano passado (62,8 pontos) foi de 5,6 pontos. No entanto, os números estão acima dos 50 pontos, mostrando que os industriais ainda estão otimistas, embora menos do que antes.
Perspectivas
A gerente de economia da Fiemg destaca que, diante de todas as incertezas atuais, já se esperava a queda na confiança dos empresários da indústria mineira.
Uma mudança de cenário, afirma ela, vai depender muito da vacinação contra a Covid-19. “Essa questão vai ser o ponto-chave para ver como vai se desenrolar a pandemia nos próximos meses”, estima.
O fato de a vacinação já ter tido início, conforme ela, pode ter contribuído para que a confiança ainda esteja na faixa do otimismo. No entanto, destaca, ao mesmo tempo é visto um atraso em relação a isso. “As incertezas tornam o processo de recuperação mais lento”, conclui.
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