Confiança dos pequenos empreendedores de Minas aumenta em junho

A confiança dos pequenos negócios no Estado aumentou em junho deste ano, conforme o Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon), que mensura a percepção dos empreendedores em relação ao momento econômico. O indicador foi de 113 pontos, 10 pontos acima do mês anterior. Foi o melhor desempenho desde outubro de 2022. Foram ouvidos 1.298 empreendedores entre os dias 1º e 16 de junho.
Conforme o levantamento, o Índice de Situação Recente (ISR), que reflete a percepção dos empreendedores sobre suas atividades nos últimos três meses, chegou a 82 pontos, nove pontos superior ao computado em maio deste ano. E o Índice de Situação Esperada (ISE), que trata das expectativas dos empreendedores em relação ao trimestre seguinte, atingiu 129 pontos, 10 pontos a mais do que o registrado em maio.
Nos últimos seis meses, o Iscon teve mais estabilidade acima dos 100 pontos, o que significa tendência de expansão. Para a analista do Sebrae Minas, Tábata Moreira, o aumento da confiança tem relação com o ambiente econômico favorável aos pequenos negócios, com a redução da inflação e aumento do emprego, que refletem de forma positiva na expansão do consumo das famílias.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgados na última semana, atestam o cenário positivo na geração de vagas, já que o saldo do emprego formal em Minas Gerais no primeiro semestre foi positivo e o segundo maior do País.
No acumulado de janeiro a junho deste ano, o saldo mineiro ficou acima do resultado verificado em igual período do ano passado, que foi de 140.319 empregos. Foram 3.979 postos a mais nos seis primeiros meses deste exercício frente ao mesmo intervalo do ano anterior. Nesse tipo de análise, o resultado do Estado só foi superado pelo vizinho São Paulo, cujo superávit no primeiro semestre foi de 276.800.
Levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) confirma o bom momento da economia com relação ao consumo nos lares brasileiros, que encerrou o semestre com alta de 2,47%. Na comparação de junho com o mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 6,96%, frente a maio, o indicador teve incremento de 0,55%. O resultado contempla os formatos de loja, atacarejo, supermercado convencional, loja de vizinhança, hipermercado, minimercado e e-commerce.
A especialista do Sebrae Minas acrescenta que o otimismo em relação à aprovação da reforma tributária é uma variável que favorece a confiança dos empresários. Ela acrescenta que historicamente o segundo semestre tende a ter aumento da confiança do pequeno empreendedor, fruto do aquecimento tradicional da economia em função das datas fortes, como Black Friday e Natal, além do pagamento do 13º salário.
Cenário que poderá ter reflexos ainda melhores se houver a redução da taxa básica de juros, que até ontem está em 13,75% ao ano, mesmo patamar desde agosto de 2022. A perspectiva do mercado é de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros esta semana, conforme pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central (BC).
Iscon por setor
Ainda segundo a pesquisa, a confiança em todos os setores aumentou, com os melhores resultados verificados na construção civil (127) e na indústria (120), seguido por serviços (111) e comércio (110).
O levantamento também mostrou que a confiança dos microempreendedores individuais cresceu oito pontos no comparativo com o levantamento feito no mês anterior, passando de 107 para 115. E a microempresa obteve índice de 114, quatro a mais que o último índice, e as empresas de pequeno porte tiveram elevação de oito pontos na confiança, chegando aos 106 pontos.
O Iscon expressa a tendência para o nível de atividade, levando em conta o passado recente (últimos três meses) e o futuro próximo (próximos três). O índice de confiança maior que 100 indica tendência de expansão; igual a 100, mostra a tendência de estabilidade; e menor que 100, de retração da atividade.
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