Economia

Confiança dos pequenos negócios avança no Estado

Confiança dos pequenos negócios avança no Estado
A construção civil ocupou o 1º lugar no quesito confiança, mas sem apresentar alteração no Iscon (124) em relação a janeiro | Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

O índice de confiança dos pequenos negócios em Minas aumentou em fevereiro – a maioria dos empreendedores acredita que, no próximo trimestre, as coisas vão melhorar. Medido pela pesquisa Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon), o otimismo dos pequenos empresários teve um aumento de 3 pontos em relação ao primeiro mês do ano, variando de 115 para 118 pontos.

O Iscon acima de 100 pontos indica expansão; igual a 100, estabilidade; e menor que 100, retração. A pesquisa coleta impressões do passado e as expectativas dos empreendedores para os próximos três meses, que compõem, respectivamente, o Índice de Situação Recente (ISR), que caiu 2 pontos (de 81 para 79) e o Índice de Situação Esperada (ISE), que aumentou 6 pontos em relação ao mês anterior (de 132 para 138).

“O que puxou o aumento da confiança foi a expectativa positiva que o pequeno empresário mostrou para os próximos três meses, tanto em relação à economia como um todo quanto ao seu ramo de atuação, o que foi mais forte no comércio”, observa a analista do Sebrae Minas Paola La Guardia.

Segundo a analista, esta sensação dos comerciantes de que a economia estaria voltando aos eixos se deve ao controle crescente da pandemia com o avanço da vacinação. A queda das máscaras seria o sinal mais evidente dessa volta à normalidade que o comércio tanto espera, depois do que sofreu com os lockdowns.

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Esse avanço na confiança foi detectado mesmo em uma conjuntura econômica delicada, com o aumento da inflação e dos juros. Mas não considerou as consequências da guerra no Leste europeu, já que a coleta dos dados para a pesquisa terminou no dia 21 de fevereiro e a Rússia invadiu a Ucrânia no dia 24.

A pesquisa ouviu um universo bastante representativo do setor. Foram entrevistados 1.146 donos de micro e pequenas empresas (MPEs) e microempreendedores individuais (MEIs). Desses, 63% dos empresários do comércio, da construção e de serviços esperam faturar mais a partir de agora. Um percentual um pouco menor, de 58%, também tem essa expectativa nas pequenas indústrias.

Índices semelhantes de otimismo (65% no comércio, 62% na construção, 65% nos serviços e 67% na indústria) retratam as esperanças do setor quanto à melhoria da economia mineira.

A confiança no futuro predispõe todos os ramos a fazerem planos de contratar. Na construção civil, que tem o maior Iscon, 39% dos pequenos empresários querem aumentar seu quadro de empregados em um futuro próximo. No comércio, são 25%; na indústria, 22%; e no setor de serviços, 29%.

“É um movimento discreto, mas otimista, que impacta positivamente o indicador de confiança e, consequentemente, a economia mineira, já que sinaliza um ambiente positivo para os negócios”, aponta Paola La Guardia.

A analista não despreza a possibilidade de um impacto negativo nesses números nos próximos meses, quando a pesquisa Iscon passar a refletir os efeitos do conflito entre Rússia e Ucrânia. “Afinal, o pequeno empresário acompanha as notícias e sofre, como todo mundo, as consequências imediatas do aumento de preços no seu dia a dia”, completa.

Ranking setorial     

Em primeiro lugar no quesito confiança está a construção civil, mas sem apresentar alteração no Iscon (124) em relação a janeiro. O setor havia sofrido uma queda de 6 pontos do indicador no primeiro mês do ano. “Neste caso, eles avaliaram que a atividade estava melhorando, mas tinham uma expectativa de piora no futuro, influenciados pela conjuntura macroeconômica”, explica a analista do Sebrae.

Com um Iscon (120) de 6 pontos a mais que em janeiro, o comércio foi o setor com maior aumento da confiança. Os serviços também registraram um aumento, porém, mais modesto, de 2 pontos (de 116 a 118).  Já a indústria, que havia sofrido uma queda significativa de 6 pontos no Iscon em janeiro, teve um aumento de 2 pontos (111 para 113) no indicador em fevereiro. 

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