Confiança da indústria de Minas Gerais aumenta em março, aponta Fiemg

O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (Icei) referente a março deste ano subiu 1,2 ponto em relação ao índice de fevereiro, atingindo a marca de 47,9 pontos. Apesar do aumento, este foi o 4º mês seguido que o índice ficou abaixo dos 50 pontos no Estado, que é o limite entre a confiança e a falta dela. Os dados foram divulgados pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg).
O Icei chegou a ficar quase dois anos – 23 meses consecutivos – oscilando entre a confiança e a neutralidade, mas desde dezembro do ano passado o indicador está abaixo dos 50 pontos.
Quando comparado ao mês de março do ano passado (53 pontos), o Icei teve uma queda de 5,1 pontos. É o menor nível para o mês em nove anos. O indicador também ficou 4,7 pontos abaixo da média histórica do mês, que é de 52,6 pontos.
Já na comparação com o índice nacional, a pesquisa revela otimismo abaixo da média por parte dos mineiros. O índice de otimismo dos empresários brasileiros ficou praticamente estável entre fevereiro (49,1 pontos) e março (49,2 pontos) e, ainda assim, maior que o dos mineiros.
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Ainda abaixo dos 50 pontos, o índice de condições atuais do Icei subiu 1,2 ponto frente fevereiro (42,6 pontos) e marcou 43,8 pontos em março. O componente mostra uma percepção dos empresários de piora das condições da economia do País e do Estado, bem como dos seus negócios. Na comparação com março do ano passado (47,4 pontos), o indicador diminuiu 3,6 pontos. Assim como no índice geral, o indicador de condições atuais também alcançou o menor nível para o mês em nove anos.
Confiança da grande indústria volta a ficar acima de 50 pontos
O componente de expectativas para os próximos seis meses da indústria em Minas Gerais teve alta de 1,2 ponto entre fevereiro (48,8 pontos) e março (50 pontos). O aumento fez o componente alcançar a neutralidade da percepção dos empresários quanto aos próximos seis meses, após três meses consecutivos com perspectivas menos otimistas. Frente a março de 2024 (55,8 pontos), o índice diminuiu 5,8 pontos.
Quando consideradas apenas as indústrias de grande porte, o índice de expectativas do Icei chega a 52,1 pontos. Diferente do cenário das indústrias de médio e de pequeno porte, em que os empresários estão menos confiantes e o índice está abaixo dos 50 pontos marcando, respectivamente, 49,2 e 46,6 pontos.
Apesar do empresariado industrial de grande porte estar mais otimista que os industriais de médio e pequeno porte, o indicador de expectativas de março das maiores indústrias é bem menor quando comparado ao mesmo período do ano passado (58 pontos). Já em relação ao mês anterior (49,6 pontos), o indicador subiu e voltou a estar acima de 50 pontos.
Falta de confiança deve continuar em Minas
A economista da Fiemg Daniela Muniz aponta que, mesmo com a alta no mês, o levantamento não aponta o início da recuperação da confiança do empresariado industrial, mas a continuidade de uma perspectiva menos otimista para os negócios, demonstrada sobretudo no componente de condições atuais.
“O que determinou o índice de confiança abaixo dos 50 pontos foi o componente de condições atuais. Ele teve uma leve melhora em relação a fevereiro, mas continuou abaixo dos 50 pontos, refletindo uma avaliação negativa sobre a economia do País e do Estado”, disse a economista.
Ela aponta que o otimismo da indústria foi impactado com a desaceleração econômica no último trimestre do ano passado. A queda no consumo das famílias e nos investimentos reduziu o Icei mês a mês, até que o indicador, que ficou acima dos 50 pontos durante todo o ano, ficar abaixo desse limite em dezembro e assim permanecer até o momento.
A menor atividade econômica continua a impactar o indicador. A perspectiva de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em patamar elevado e uma inflação persistentemente acima da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), ajudam a restringir a demanda dos consumidores e manter a tendência de menor confiança dos empresários.
Junto a isso, a incerteza com a política fiscal do governo federal, que caminha no sentido contrário da política monetária do Banco Central (BC). “Essa incerteza com relação com como e quando vai se resolver essa dissonância entre política monetária e fiscal, acaba criando uma série de preocupações e virando cautela no setor industrial”, explica Daniela Muniz.
Por fim, a economista da Fiemg adicionou a política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como outro fator que gera incertezas ao setor no cenário econômico.
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