Economia

Confiança da indústria de Minas Gerais está moderada

Indicador está acima dos 50 pontos — limite entre falta de confiança e confiança — pelo 17º mês consecutivo
Atualizado em 17 de junho de 2024 • 21:21
Confiança da indústria de Minas Gerais está moderada
Crédito: Alisson J. Silva

A confiança dos industriais mineiros em junho foi avaliada como moderada, conforme levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (Icei-MG), divulgado nesta segunda-feira (17), registrou crescimento de 1,1 ponto no sexto mês de 2024, frente a maio (50,4 pontos), alcançando 51,5 pontos.

O indicador está acima dos 50 pontos — limite entre falta de confiança e confiança — pelo 17º mês consecutivo. Quanto mais acima de 50 pontos, maior e mais disseminada é a confiança.

De acordo com a entidade, o aumento da confiança da indústria de Minas Gerais foi impulsionado principalmente pela melhora nas expectativas para o próximo semestre. O componente atingiu 54,3 pontos, indicando um maior otimismo entre os empresários sobre o futuro.

Outro ponto que ajudou no resultado, conforme a economista da Fiemg, Daniela Muniz, foi o forte crescimento do consumo das famílias, explicado pelo mercado de trabalho aquecido, pelo aumento real do salário mínimo e pelas políticas governamentais de transferência de renda, que corrobora para a estabilidade da confiança da indústria de Minas Gerais em terreno positivo.

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Juros impactam a confiança da indústria de Minas Gerais

No levantamento, a Fiemg observa que as dúvidas sobre a velocidade e a extensão dos cortes na taxa de juros, a Selic, pelo Banco Central, bem como sobre o equilíbrio das contas fiscais, impedem elevações mais expressivas na confiança da indústria de Minas Gerais.

Nesta segunda-feira (17), o Banco Central (BC) divulgou o boletim Focus, que mostra a perspectiva do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos. A expectativa é pela da Selic, em 10,5% ao ano, nesta semana. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reúne-se terça-feira (18) e quarta-feira (19) para definir os juros básicos da economia. 

No início de maio, até então a última reunião, o Copom reduziu a taxa pela sétima vez consecutiva, para 10,5% ao ano, mas velocidade do corte diminuiu. De agosto do ano passado até março de 2024, a autoridade monetária tinha reduzido os juros básicos em 0,5 ponto percentual a cada reunião. Na última vez, a redução foi de 0,25 ponto percentual.

Daniela Muniz observa que a confiança da indústria de Minas Gerais foi moderada também durante o primeiro semestre deste ano, no patamar um pouco acima dos 50 pontos, mas sem conseguir decolar, justamente devido a duas preocupações recorrentes dos empresários do setor: taxa de juros e contas fiscais do País.

Fora os aspectos internos, outra preocupação que pode interferir no País e na confiança é o cenário internacional, em especial, os juros nos Estados Unidos. Ela explica que o Federal Reserve (Fed) – espécie de “banco central” dos Estados Unidos – está mantendo a taxa de juros do país norte-americano alta, o que fortalece o dólar e pode ter impactos na inflação do Brasil. Além disso, o dólar é visto como a principal moeda de proteção para os investidores para momentos conturbados ou de incertezas.

Na comparação com junho de 2023 (53,2 pontos), o índice que mostra a confiança da indústria de Minas Gerais diminuiu 1,7 ponto e ficou 1,3 ponto abaixo da média histórica, que é de 52,8 pontos. Já o Icei nacional recuou 0,8 ponto entre maio (52,2 pontos) e junho (51,4 pontos), mostrando uma confiança menos intensa e disseminada entre os industriais brasileiros.

O cálculo do Icei resulta da ponderação dos índices de condições atuais e de expectativas, que variam de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam uma percepção de situação atual mais favorável em relação aos seis meses anteriores e uma expectativa positiva para os próximos seis meses, respectivamente.

Conforme o estudo, o componente de condições atuais não variou entre maio e junho, mantendo-se em 45,8 pontos. Esse indicador permaneceu abaixo dos 50 pontos, refletindo uma percepção negativa dos empresários quanto às condições econômicas do Brasil e de Minas Gerais, bem como com relação aos seus negócios. Na comparação com junho de 2023 (46,3 pontos), o índice recuou 0,5 ponto.

O componente de expectativas cresceu 1,6 ponto ante maio (52,7 pontos), atingindo 54,3 pontos em junho. Esse resultado sinalizou um maior otimismo dos empresários para os próximos seis meses. Na comparação com junho do ano passado, quando o índice apresentado foi de 56,7 pontos, o indicador diminuiu 2,4 pontos.

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