Confiança dos pequenos empresários mineiros tem nível mais baixo do ano

O índice que mede a confiança dos empresários de pequenos negócios em Minas Gerais recuou quatro pontos em abril frente ao mês anterior e atingiu o pior resultado do ano até agora.

O Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon) passou de 108 pontos em março para 104 no quarto mês do ano.

A queda foi ainda mais expressiva na comparação com abril de 2022 (121), com uma redução de 17 pontos. Para a analista do Sebrae Minas, Tábata Moreira, esses dados refletem certa desestabilidade no nível de atividade econômica no Brasil.

“A taxa de desocupação, que alcançou 8,8% dos brasileiros no primeiro trimestre, e o aumento da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que registrou alta de 0,53% em abril, são alguns fatores que podem ter impactado a confiança dos empresários em relação ao momento econômico e suas atividades”, explica.

O Iscon expressa a tendência para o nível de atividade, levando em conta o passado recente (últimos 3 meses) e o futuro próximo (próximos 3 meses).

Um índice de Confiança maior que 100 indica tendência de expansão da atividade; igual a 100, tendência de estabilidade da atividade; e, menor que 100, de retração da atividade.

ISE & ISR

O Iscon é calculado com base em outros dois sub índices: o Índice de Situação Recente (ISR) e o Índice de Situação Esperada (ISE). O ISR mede a percepção dos empreendedores sobre suas atividades nos últimos três meses. Já o ISE aponta suas expectativas em relação ao trimestre seguinte.

No mês de abril, o ISR fechou em 75 pontos, três abaixo do observado no mês anterior (78). Enquanto o ISE ficou em 119 pontos, representando uma redução de quatro pontos frente a fevereiro (123).

Confiança por setores e portes

A Construção civil foi o setor que apresentou a maior queda no Iscon. O setor ficou com 101 pontos no indicador, uma redução de 10 pontos em relação ao mês anterior (111). Já o Comércio caiu nove pontos, passando de 109 para 100 pontos.

“Os consumidores, principalmente os que têm uma renda familiar abaixo de R$ 2.100,00, estão mais cautelosos para comprar ou assumir compromissos financeiros de longo prazo, o que impacta diretamente o varejo”, explica a analista.

O setor de serviços apresentou estabilidade na comparação com março, mantendo a mesma pontuação (108 pontos). Enquanto a Indústria pode observar um leve aumento em seu índice de confiança em abril. O setor industrial fechou o mês com 104 pontos, um ponto acima do registrado em março (103).

Na divisão por portes, as empresas de pequeno porte (EPPs) apresentaram o pior índice de confiança em abril, com 94 pontos. Esse resultado aponta para a maior redução observada no comparativo com março (106), uma queda de 12 pontos.

O Iscon das microempresas (MEs) foi de 102 pontos, oito abaixo do registrado no mês anterior (110). Já os microempreendedores individuais (MEIs) foram os únicos que apresentaram crescimento no índice de confiança. O setor registrou aumento de um ponto frente a março (109) e fechou o mês com 108 pontos em abril.