Cai a confiança dos pequenos negócios em Minas Gerais

O Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon) em Minas Gerais contabilizou 111 pontos em abril de 2024. Na comparação com março deste ano, a confiança das micro e pequenas empresas no Estado teve recuo de quatro pontos. Já na comparação com abril de 2023, o resultado é diferente, com alta de 7 pontos. No quarto mês do ano passado, o Iscon chegou a 104 pontos.
Para a analista da Unidade de Inteligência Estratégica do Sebrae Minas, Tábata Moreira, o recuo na comparação com março pode ser sazonal, já que não há nenhum fator macroeconômico relevante para a queda.
Já a elevação na comparação com abril do exercício passado é justamente fruto da melhora do cenário econômico, como os juros mais baixos. Apesar da redução no ritmo de corte da taxa básica de juros (Selic), em maio, ela lembra que os juros em 2024 estão num patamar menor do que o verificado em 2023. No último dia 8, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa em 0,25 ponto percentual, para 10,5% ao ano. Em 2023, a taxa encerrou em 11,75% ao ano.
Emprego em alta
Além do impacto dos juros, a geração de postos de trabalho é outro fator que ajuda a alavancar a confiança do empreendedor, já que mais gente empregada, segundo a analista, significa mais renda e, logo, mais possibilidade de consumo.
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De fato, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, o Estado vive um bom momento na geração de postos de trabalho. Minas Gerais abriu 40,8 mil vagas com carteira assinada em março deste ano. O resultado foi o melhor para o mês desde 2020, quando iniciou a nova metodologia do Caged, e representa alta em relação aos meses de janeiro e fevereiro, quando foram geradas 11,6 mil e 35,9 mil vagas, respectivamente.
Ainda conforme o Caged, no acumulado do primeiro trimestre de 2024, Minas Gerais gerou 88,4 mil empregos com carteira assinada, o maior volume para este intervalo desde 2021.
Nível de confiança dos pequenos negócios por setor
De acordo com o levantamento, divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Sebrae Minas, os setores de comércio (113), serviços (109), indústria (113) e construção civil (111) apresentaram significativa retração se comparado ao mês anterior.
O Iscon expressa a tendência para o nível de atividade, levando em conta o passado recente (últimos três meses) e o futuro próximo (próximos três). Um índice de confiança maior que 100 indica tendência de expansão da atividade; igual a 100, mostra a tendência de estabilidade da atividade; menor que 100, de retração da atividade.
A confiança dos microempreendedores individuais (MEIs) também diminuiu em abril frente a março, de 116 para 115 pontos. A categoria de microempresa (ME) obteve índice de 109, queda de sete pontos. E as empresas de pequeno porte (EPP) registraram baixa de doze pontos, chegando aos 99.
Também foi verificado recuo do Índice de Situação Recente (ISR), que reflete a percepção dos empreendedores sobre suas atividades nos últimos três meses. A baixa neste caso foi de 81, dois pontos abaixo do registrado em março.
E o Índice de Situação Esperada (ISE), que reflete as expectativas dos empreendedores em relação ao trimestre seguinte, ficou em 126, cinco pontos abaixo do registrado no mês anterior.
Perspectiva
Com o Dia das Mães em maio, a estimativa é de melhora no indicador, já que a data é considerada a segunda melhor do ano pelo varejo, perdendo apenas para o Natal.
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