Confiança dos pequenos negócios em Minas é a mais alta do ano

Os pequenos negócios em Minas Gerais estão mais confiantes quanto ao desempenho da economia, que pode ser considerado um fator decisivo para a realização de contratações, expansões e novos investimentos.

Após uma queda seguida de crescimento nos meses de junho e julho, em agosto, a confiança dos pequenos negócios mineiros atingiu o mais alto patamar do ano. As informações constam no Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon).

O setor de Construção Civil obteve o maior avanço e subiu 17 pontos com relação ao levantamento anterior, somando agora 130 pontos. Em seguida, Indústria com 118 pontos (crescimento de 13 pontos) e Comércio com 117 pontos (aumento de 8 pontos) completam o pódio.

Também em alta, a confiança dos Microempreendedores Individuais (MEIs) e das Microempresas (MEs) alcançaram 120 e 115 pontos, respectivamente. Os avanços também foram notados com relação às Empresas de Pequeno Porte (EPPs), que registraram um aumento de 13 pontos em agosto na comparação com julho, somando agora 116 pontos.

Segundo a analista do Sebrae Minas, Izabella Diniz Siqueira, o indicador mostra um retrato do que os empresários vivenciaram nos últimos meses a partir de um conjunto de fatores macroeconômicos.

“O aumento do Produto Interno Bruto (PIB), aliado a menor taxa de desemprego já registrada e os avanços nas concessões de crédito foram fatores em conjunto que levaram a um otimismo maior por parte dos empreendedores”, analisa.

Ao destacar os avanços por segmento, a analista ressalta que como construção civil e indústria foram cruciais e puxaram para cima os resultados de agosto na comparação com julho. Na construção, por exemplo, ela destaca que os bons números são refletidos no aumento do preço por metro quadrado de imóveis no Brasil, além de um maior apontamento com relação ao número de empregados e infraestrutura para os próximos três meses.

Apesar do atual cenário econômico exigir cautela, Izabella Diniz Siqueira reforça que, com planejamento adequado, os empresários podem usar dessa confiança para realizar investimentos. “O atual cenário é favorável, mas é importante cuidado para que novos investimentos não impactem negativamente o negócio e causem endividamento futuro”, conclui.

Otimismo persiste em meio a juros altos

Ao analisar o cenário econômico em Minas Gerais, a analista do Sebrae Minas, Tábata Moreira, também destaca que a estabilidade da Taxa Básica de Juros (Selic) nos últimos meses foi crucial para os avanços no otimismo dos negócios, mesmo em meio a juros altos.

“Uma leve alta na inflação sugere uma demanda aquecida, enquanto a produção industrial nacional quebrou uma tendência de estabilidade, registrando crescimento de 4,3% em junho”, pontua.

Para o decorrer de 2024, a analista reforça que as expectativas do mercado, conforme o Relatório Focus, do Banco Central (BC), mostram um ambiente otimista. Somado a isso, o ISE, um dos principais pontos analisados no Iscon que reflete as expectativas dos empreendedores em relação ao trimestre seguinte, também foi positivo em agosto.

Após queda de 9 pontos no mês de junho, em julho e agosto o índice segue em crescimento e atingiu 132 pontos. O avanço foi de 13 pontos a mais do que o registrado no sexto mês do ano.