Economia

Confiança dos pequenos negócios de Minas Gerais apresenta leve recuperação em junho

Por outro lado, o indicador registrou leve queda de dois pontos na comparação com maio, quando o índice marcou 106 pontos
Atualizado em 17 de julho de 2025 • 19:45
Confiança dos pequenos negócios de Minas Gerais apresenta leve recuperação em junho
Foto: Divulgação Sinduscon-MG

Apesar da queda de dois pontos frente a maio, a confiança dos empresários donos de pequenos negócios em Minas Gerais apresentou sinais de recuperação moderada em relação ao mês de abril, registrando 104 pontos no Índice de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon). O indicador teve queda de dois pontos frente a maio (106) e avanço de sete pontos na comparação com abril (97).

O estudo feito pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas) demonstra a tendência para o nível de atividade desses negócios, levando em conta os últimos três meses e os próximos três meses. Se o indicador atingir uma pontuação acima de 100 pontos, há tendência de expansão da atividade; 100 pontos sinalizam estabilidade e, resultados abaixo dessa pontuação, apontam para uma tendência de retração da atividade.

De acordo com o levantamento, a variação mostra um movimento de realinhamento e prudência entre os empreendedores mineiros diante do cenário econômico atual. A pesquisa também demonstra que a confiança empresarial no Estado segue abaixo dos níveis apresentados no ano passado, mas ainda próxima dos 100 pontos, indicando estabilidade na tendência de atividade.

A analista do Sebrae Minas Izabella Diniz explica que esse resultado reforça a ideia de que o ambiente de negócios segue sendo desafiador. Segundo ela, os pequenos empreendedores estão adotando posturas mais cautelosas para atravessar o segundo semestre deste ano. “Ainda que indicadores externos estejam mais favoráveis, os juros elevados e as incertezas regulatórias têm segurado determinadas decisões dos pequenos negócios”, explica.

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Ela esclarece que a recuperação moderada no período pode representar uma retomada cautelosa, devido a alta nos juros e no custo do crédito, que obriga os empresários a adotarem uma postura de mais prudência.

Análise por porte e setor dos pequenos negócios

As microempresas de Minas Gerais foram as que registraram maior pontuação no Iscon de junho, encerrando o último mês com 108 pontos. Os microempreendedores individuais (MEIs) fecharam o mês com 103 pontos, após alta em maio. Já as empresas de pequeno porte (EPPs) voltaram a recuar, encerrando junho com 95 pontos no indicador.

Izabella Diniz destaca que as microempresas vêm apresentando uma recuperação consistente ao longo do segundo trimestre, o que pode estar relacionado a uma maior flexibilidade e adaptação desse grupo no mercado. No entanto, ela ressalta que o estudo não detalha as causas dos resultados apresentados, mas sim a percepção dos empresários do Estado.

Na análise por setor, os pequenos negócios da construção civil saltaram de 98, em maio, para 121 pontos em junho deste ano, sendo o segmento com maior otimismo no Estado. Em seguida aparece o comércio, com 107 pontos; enquanto as pequenas empresas do setor de serviços mantiveram estabilidade, marcando 100 pontos. Já a Indústria foi o único setor que recuou, fechando junho com 96 pontos.

A analista do Sebrae Minas avalia que o avanço da confiança das empresas da construção civil pode estar relacionado à retomada das obras ou de contratos no período.  Já a queda no setor industrial, segundo ela, pode ser reflexo dos juros altos e do crédito elevado.

Percepção quanto ao passado e futuro dos negócios em Minas Gerais

Mulheres trabalhando
Foto: Divulgação Agência Sebrae

O indicador de confiança dos pequenos negócios é dividido em dois subíndices que demonstraram que tanto a percepção sobre os últimos três meses quanto as expectativas para os próximos três meses apresentaram queda em junho deste ano.

Enquanto o Índice de Situação Recente (ISR) passou de 80, em maio, para 79 pontos, o Índice de Situação Esperada (ISE) recuou de 119 para 116 pontos. Esse cenário reforça avaliação de que os empresários mineiros estão moderando suas expectativas para o próximo trimestre de 2025.

Para Izabella Diniz, a confiança do empresário dono de pequenos negócios em Minas Gerais está diretamente ligada à previsibilidade e ao custo de operação. “Enquanto as condições de crédito não forem mais acessíveis e o ambiente regulatório mais estável, é natural que o otimismo venha acompanhado de prudência”, alerta.

A analista ainda explica que a retração no Iscon de junho em comparação com maio está diretamente ligada à queda nos dois subíndices. Segundo ela, isso demonstra que os empresários estão menos satisfeitos com o desempenho recente e com menos otimismo para o futuro dos negócios.

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