Economia

Confiança do setor de construção recua entre outubro e novembro

Com baixa de 1,5 ponto percentual, indicador atingiu 95,7 pontos, o menor nível desde abril de 2024 (95,2 pontos)
Confiança do setor de construção recua entre outubro e novembro
Foto: Divulgação Nestor Muller

São Paulo – O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 1,5 ponto percentual na passagem de outubro para novembro. Com o resultado, o indicador atingiu 95,7 pontos, o menor nível desde abril de 2024 (95,2 pontos).

“Em novembro, a cautela cedeu ao pessimismo: a confiança setorial desceu um degrau distanciando-se do patamar que denota percepção otimista, seja em relação à situação corrente ou aos próximos meses”, destacou, em nota, a coordenadora de Projetos da Construção do Ibre/FGV, Ana Maria Castelo.

Ela avalia que esse movimento, principalmente em relação às expectativas atuais, não representa o enfraquecimento da atividade, que ainda segue “forte”, refletindo o ciclo recente de negócios, mas sim questões relacionadas como a falta de mão de obra qualificada e a consequente elevação dos custos. “Mas a perspectiva de um cenário mais difícil nos próximos meses já reflete na piora das expectativas”, atenta ela.

Houve, nesta leitura, recuo de 1,3 ponto no Índice de Situação Atual (ISA-CST) e queda de 1,7 ponto no Índice de Expectativas (IE-CST). A queda do ISA-CST foi puxada pelo recuo do indicador de volume de carteira de contratos que cedeu 3,5 pontos, para 94,1 pontos, enquanto o indicador de situação atual dos negócios avançou 0,9 ponto, para 96,8 pontos.

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Já no IE-CST, os dois componentes recuaram: indicador de demanda prevista nos próximos três meses cedeu 1,9 ponto, atingindo 98,1 pontos, e o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses diminuiu 1,5 ponto, chegando aos 94,0 ponto.

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção caiu 0,7 ponto porcentual, para 79,0%. Os Nucis de Mão de Obra e de Máquinas e Equipamentos caíram 0,6 e 1,6 p.p, respectivamente, nesta leitura.

Materiais de construção, equipamentos e serviços pressionam menos e custo cai

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) também desacelerou de 0,67% para 0,44% entre outubro e novembro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). A despeito do arrefecimento na margem, a tendência de aumento nos custos do setor de construção é reforçada pela taxa acumulada em 12 meses, que atingiu 6,08%, informa a FGV.

A taxa representa um avanço expressivo na comparação com o mesmo período no ano passado, quando o índice acumulava 3,33% nessa métrica. Entre outubro e novembro, houve desaceleração em Materiais, Equipamentos e Serviços (0,72% para 0,37%) e em Mão de Obra (0,60% para 0,54%).

As principais influências para baixo no INCC-M de novembro partiram de conta de energia (4,96% para -3, as cerâmicas para revestimento (0,88% para -0,64%), impermeabilizante (-0,52% para -0,49%), massa corrida para parede (0,32% para -0,62%) e tela alambrado/gradil metálico (1,86% para -0,48%).

Na outra ponta, puxaram o índice para cima os itens vergalhões e arames de aço ao carbono (2,78% para 1,12%), pedreiro (0,20% para 0,40%), condutores elétricos (-0,11% para 2,09%), carpinteiro (0,83% para 0,84%) e eletricista (1,14% para 0,70%).

Capitais

Quatro das sete capitais pesquisadas pela FGV registraram desaceleração no INCC-M entre outubro e novembro: São Paulo (0,90% para 0,48%), Rio de Janeiro (0,78% para 0,42%), Brasília (0,45% para 0,33%) e Salvador (0,35% para 0,27%).

Houve, por outro lado, aceleração em Recife (0,53% para 0,72%), Porto Alegre (0,30% para 0,36%) e Belo Horizonte (0,40% para 0,42%).

Reportagem distribuída pela Estadão Conteúdo

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