Economia

Confiança do setor de construção cai com piora das condições financeiras, mostra CNI

As taxas de juros continuam como principal obstáculo
Confiança do setor de construção cai com piora das condições financeiras, mostra CNI
Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

O Índice de Confiança do Empresário da Construção caiu 2,4 pontos em março, passando de 49,6 pontos para 47,2 pontos, segundo a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta segunda-feira, 28, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) O indicador varia de zero a 100 pontos, sendo valores abaixo de 50 pontos indicativos de falta de confiança.

A Sondagem mostra aumento da insatisfação do setor com o lucro operacional e com a situação financeira, o que resulta na retração do setor.

Segundo a CNI, na comparação com o 4º trimestre de 2024, os dados do 1º trimestre deste ano mostram: quedas no índice de satisfação com o lucro operacional, de 44,8 pontos para 42,8 pontos; no indicador de satisfação com a situação financeira, de 49 para 46,4 pontos; no índice de facilidade de acesso ao crédito, de 0,3 ponto, para 37,4 pontos; e alta para 64,6 pontos no índice de evolução dos preços de insumos, o que aponta aceleração nos custos de produção.

“A indústria da construção é diretamente impactada pela alta da Selic. Como fica mais difícil acessar financiamento para a compra de imóveis, a demanda diminui. Esse movimento chega até a produção, pois a indústria também sente os reflexos dos juros para financiar a compra de insumos, então há um efeito em cadeia”, avalia o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

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Principais problemas

As taxas de juros continuam como principal obstáculo segundo os empresários da indústria da construção. O problema foi apontado por 35,3% dos empresários neste primeiro trimestre do ano, 1,2 ponto porcentual a mais que no trimestre anterior. Em seguida, aparecem carga tributária elevada (27,8%) e falta ou alto custo de mão de obra qualificada (27,1%).

Também tiveram destaque entre os principais entraves do setor, a demanda interna insuficiente, que passou da 7ª para 4ª posição no ranking dos principais problemas; e a falta de capital de giro, que subiu de 8ª para 6ª posição.

Desempenho

Em março, o índice de evolução do nível de atividade subiu para 47,2 pontos, mas ainda está inferior aos 50 pontos e abaixo do registrado em março de 2024 (48,4 pontos).

O emprego se manteve praticamente estável, em 48,1 pontos.

A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) ficou em 67%, sem mudança há cinco meses.

Com a situação financeira afetada, as expectativas para os próximos seis meses perderam força, com recuo de todos os índices de expectativa em abril. A intenção de investir caiu para 41 pontos e é o menor valor desde março de 2024.

A Sondagem foi feita entre os dias 1º e 10 de abril, com 316 empresas de pequeno, médio e grande portes consultadas. A pesquisa é feita em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Reportagem distribuída pelo Estadão.

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